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Um ano. Um ano inteiro. Parece que ainda há dias estava grávida, mas ao mesmo tempo não sei já como era a vida antes dele. Um ano incrivelmente feliz, apesar de nem tudo serem sempre rosas. Um ano a dar graças todos os dias pela criança maravilhosa que me calhou e pela sorte que temos.
Pequeno monstrinho, de pequeno não tem nada. Está muito comprido e menos rechonchudo, ainda que continue com aquela barriga deliciosa de bebé e aquelas coxinhas cheias de pregas. Tem olhos castanho-mel como o pai, que com o sol ficam meio esverdeados, e agora com o verão está cada vez mais loirinho - engraçado sendo eu morena de olhos escuros como me foi calhar uma cria tão pálida e "deslavada".
Como todas as crianças, desenvolve-se ao seu ritmo. E nós apoiamos, sem pressas. Notamos que é um bebé com maior competência para o desenvolvimento da componente física: começou cedo a segurar a cabeça, com 5 meses já pressionava as pernas contra o chão e tentava andar se o segurássemos, sentou mais cedo do que é habitual. Começou a gatinhar perto dos 9 meses, e com isso deixou de querer andar por uns tempos. Agora levanta-se e anda agarrado às coisas, às pessoas, ao andador. Se o deixamos em pé fica com medo e senta-se.
Por outro lado, não mostra grande interesse em falar. Diz muito "papá", mas desconfio que ainda sem perceber bem o sentido porque tanto diz quando vê o pai chegar a casa, como quando está comigo. "Oiá" (olá) é cada vez mais frequente. Volta e meia solta um aba (água), bebé, ou a alcunha que lhe chamamos, mas é complicado perceber ainda se é por acaso ou intencional. Temos tempo e tentamos não sobre-estimular. De resto, os habituais "tatata", "dadada" ou "bababa". Mamã nicles, pequeno ingrato.
Começa a interagir com objectos e é delicioso de ver. Leva a colher à boca (toda torta, metade da comida cai pelo caminho), e se pedir "dá papinha à mamã" põe-me a colher na boca, ou apanha comida com a mão para por na minha - é um bebé tão meiguinho. Dá miminho, diz xau-xau. Se lhe dermos a escova, tenta pentear o cabelo. Se dermos o telefone, coloca-o no ouvido. Estas pequenas aprendizagens acontecem todos os dias e enchem-nos de orgulho - os pais desse lado vão perceber.
Continua a ser um bebé muito musical, dança imenso, faz coreografias que aprende na escola. Aponta para todo o lado e adora ver fotografias e apontar para as pessoas. Se lhe pergunto "onde estão os olhinhos da mamã?" enquanto pisco os olhos, ele aponta para eles e diz "qui". O nariz da mamã também funciona. A partir daí perde o foco e é só risota. Adora sons de animais, especialmente o porco. Se perguntar como faz o leão levanta as mãozinhas - o gesto que eu costumo fazer para imitar o leão.
As rotinas desta criança são um dos meus maiores orgulhos enquanto mãe. Monstrinho segue uma rotina sem grandes desvios todos os dias, e acredito que isso contribua para o seu crescimento saudável e sem grandes picos de humor. Continua a comer bem, e agora depois da sopa damos-lhe um pequeno prato com comida "normal", e ele vai experimentando. É engraçado ver as reacções a cores, texturas e sabores. Deixamos que explore com as mãos e talheres, e temos notado grande evolução ao longo do tempo. No colégio dizem que ele é um "legumeiro", e é verdade: adora brócolos, ervilhas, feijão, espinafres.
As noites são simples e pacíficas, o que ajuda muito também ao nosso equilíbrio. No final de jantar toma banho, veste o pijama, contamos as luzinhas do quarto. Beijinho ao pai, beijinho à mãe, bons sonhos, e deita-se o menino no berço, no quarto dele, às escuras. Fechamos a porta e vamos à nossa vida. Na maior parte dos dias está cansado e adormece de imediato. Outras vezes dá umas voltinhas na cama, acabando por adormecer também. Não há choros, não há birras, não há necessidade de o adormecer. Esta rotina não foi fácil, claro. Custou-nos muitas noites de experiência, algumas regressões. Encontrar o equilíbrio entre proporcionar conforto ao bebé, não o deixando chorar ou sentir abandono, e ao mesmo tempo dar-lhe autonomia não é fácil, e aqui o colégio ajudou muito. 20h30/21h temos a criança na cama lavada, alimentada e cheirosa. E isso é espectacular.
A nível de personalidade, notamos algumas diferenças nos últimos meses. Continua a ser bastante sociável, mas dentro da sua zona de conforto. Já não se atira para desconhecidos, pede mais a mãe e o pai, e muitas vezes não quer ir ao colo de outras pessoas. Tentamos respeitar ao máximo - uma criança não é um brinquedo e também tem vontade própria! No entanto continua a sorrir para toda a gente, agora muitas vezes acompanhado do aceno e do 'oiá'.
Brinca muito, e muito bem sozinho. Tem uma obsessão por tudo o que não seja brinquedo: comandos, chinelos, fios, ratos, revistas, livros, molduras. Gosta cada vez menos de ficar preso no parque, só está bem a andar ou gatinhar pela casa fora. Persegue os gatos e ri-se imenso. Há dias levou uma patadinha de um e ficou um pouco sentido, coisa que durou uns 30 segundos mas não foi suficiente para o deixar com medo. Anda muito de triciclo, cavalo de baloiço (no nosso caso zebra de baloiço). Adora brincar com jogos de encaixe, bolas, e basicamente qualquer coisa que faça som.
365 dias deste pequeno monstrinho que há um ano atrás, exactamente a esta hora, saía da minha barriga para este mundo. 365 dias desde que nos fez mãe e pai - um dia hei de vos falar sobre isso - desde que se tornou o centro do nosso universo (não o era já, mesmo antes de nascer?). 365 dias de felicidade, cada um deles. Parabéns, meu amor.