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Este post já vem um pouco depois do mês, mas também isso traduz o que é ser mãe: prioritizar tudo e fazer as coisas quando dá.
Então Mia, como te estás a dar com isto de ser mãe?
Bitch please:
Ok, se calhar não está tuuuudo controlado. Não sou a mãe perfeita. Nem a super mulher (um choque, eu sei). Há dias em que não consigo fazer tudo, outros rendem mais. Cada dia é diferente, não existe uma rotina rígida nem bem estabelecida, e eu estou a aprender a lidar com isso.
Neste primeiro mês, aprendemos a descomplicar o bebé: amamentar já não custa tanto. Tirar leite já não é dramático. Já lhe visto qualquer coisa sem medo de o partir - até mesmo aquelas camisolas que entram pela cabeça. As fraldas mudam-se em piloto automático. Forço-me a não pensar nos dramas da vida (e se um dia ele tiver uma febre? e quando cair pela primeira vez? e se alguém algum dia o tratar mal?). Aos poucos, as coisas vão sendo menos difíceis.
Eu também estou melhor. O corpo recuperou bem do parto, e apesar de ainda não ter reavido a sensibilidade na zona da cicatriz (dizem que pode demorar até um ano), não tive problemas de maior com a parte física da coisa. Emocionalmente também me sinto bem. Já não choro todos os dias. Na verdade não me lembro quando chorei pela última vez, o que só pode ser bom sinal.
Morria de medo de estar sozinha em casa com o bebé, mas de repente já estamos nessa vida há mais de duas semanas e tem corrido tudo bem. Ele está bem alimentado, a crescer bem, a cumprir com as metas de desenvolvimento esperadas. É um risonho bem disposto. A casa está limpa e arrumada. A roupa está lavada, passada e arrumada nos armários. As camas são feitas de lavado, as toalhas e tapetes são trocados com a frequência normal. Já consigo tomar banho todos os dias quando estou sozinha com ele (no início era só à noite, quando o pai chegava), e não me esqueço de lavar os dentes (aconteceu). Já fui à depilação e à manicure, e nos melhores dias até me dou ao luxo de gastar algum tempo a esticar o cabelo - lá porque estou sozinha em casa não quer dizer que tenha que parecer um ogre. Já não passo os dias de pijama. Tenho cozinhado o almoço todos os dias, e às vezes o jantar. Já fui às compras. Comecei a organizar o álbum de gravidez. Consegui até ler algumas revistas. Nos melhores dias, sento-me com um café e um chocolate e gasto alguns momentos a escrever aqui no estaminé, e a agendar posts. Não tenho as leituras de blogues em dia, mas lá chegaremos. Aos poucos, a vida começa a ganhar rotinas e uma sensação de normalidade, ainda que seja um novo normal.
Acima de tudo, já não tenho tanto medo, o futuro (e o presente) já não me assusta (tanto), e começo a acreditar que tenho a coisa - de alguma forma - controlada.
E o casal?
Ainda não reencontramos o nosso equilíbrio. Gostava de dizer que tem sido tudo um mar de rosas, mas não seria verdade. O nascimento do pequeno monstrinho despertou nas pessoas à nossa volta uma ligeira obsessão. Limites foram ultrapassados, e isso mexeu com a nossa estabilidade conjugal. Mas sobre isso falarei, talvez, depois. Por enquanto esforçamo-nos por reagrupar adaptar a nossa relação à nova realidade. E acredito que correrá tudo bem, sei que ambos estamos a dar o nosso melhor, e isso basta-me. O resto vem com o tempo.