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...BAM! Botas vermelhas até à coxa. Tomem lá que é para aprenderem.
"Perca-se um bom amigo, não se perca um bom recado"
Por motivos cá da minha vida que não se relacionam com trabalho, exerço funções que me obrigam a ler e a responder a umas largas centenas de e-mails por mês. Podia fazer aqui uma análise sociológica, ou uma reflexão sobre a cambada de animais que há neste mundo, mas sou uma mulher de números, isso da psicologia não é cá comigo, pelo que me fico apenas por dizer que todos os dias constato mais um bocadinho que vivemos num jardim de infância gigante, cheio de putos mimados, mal educados, que não sabem ouvir um não, sem um pingo de decência ou boa vontade. A estes juntam-se os activistas de sofá, os altruístas que são excelentes pessoas - desde que alguém o reconheça, pois está claro - e os umbiguistas da merda, e juro-vos que se não fosse a meia dúzia de pessoas extraordinárias que conheci neste meio já tinha perdido a fé na humanidade há muito.
E isto explica o resto.
Porque há coisas que me parecem demasiado pessoais para partilhar, porque quando estou mesmo feliz não tenho necessidade de o dizer, porque me parece show-off, porque quando estou feliz estou ocupada a viver o momento. E isto também explica a minha ausência dos últimos meses.
Porque me saem dos dedos textos que fazem todo o sentido no momento, mas dias, às vezes horas, depois parecem-me mesquinhos e picuinhas, escritos por queixinhas vingativos. E isto explica parte da minha ausência dos últimos meses.
14 kg minha gente. A menos.
Outras coisas que também tenho a menos: paciência e bom humor nos dias em que me alimento à base de relva, roupa, pachorra para ouvir comentários parvos*
*Porque se uma pessoa está gorda é um ai jesus que estás tão gorda, mas que nem se atreva a emagrecer que "isso não pode ser saudável", "deves andar em dietas loucas", será obra do demónio?, "estás doente?", "estavas muito melhor antes", ou ainda - e esta é a melhor - "finalmente conseguiste, já era tempo".
Ouviram? Sim, vocês, pessoas que chegaram cá através da pesquisa pela palavra "benfica". Não há cá dessas coisas. Estais no sítio errado. Ide em paz e que o senhor vos acompanhe. Não sei se já disse, mas por via das duvidas repito: aqui é-se do Sporting. Sporting. Sporting. Sporting. SPORTING.
Não me queiram ver enervada.
Vejo por esta internet fora um rol de mães indignadas com o texto do Publico, porque pessoas com filhos não são nada daquilo, mas que visão redutora da coisa, e mais umas quantas pessoas sem filhos que se sentem afrontadas com esta indignação ou também com o conteúdo texto, ou com sei lá mais o quê, sou pessoa com pouca pachorra e às tantas já perdi o fio à meada.
E depois vem o típico: a minha opção é melhor do que a tua. Eu é que sou feliz, tu não tens ideia do que isto é. Tenho para mim que pessoas que têm uma necessidade constante de dizer que estão muito bem e muito felizes com as suas escolhas e muito bem, mas mesmo muito bem, e são mesmo muito felizes, porque estão meeeesmo muito bem, se calhar têm tanta necessidade de se convencer a elas próprias como aos outros.
Não sei se já disse que sou uma pessoa com pouca pachorra. Mas esta coisa de sermos um país de ofendidozinhos, que à mínima coisinha ficam logo todos agastados cansa-me a beleza. É relativizar gente, relativizar.
Dito isto, devo acrescentar que o que me tirou mesmo o sono foi ouvir os locutores da comercial e a catrefada de gente que ligou para lá a respeito deste artigo a falar incessantemente em "pais com filhos" e "pais sem filhos". A modos que vou ali indignar-me um bocadinho e volto já.
O sapo está todo diferente, já não sei mexer nisto, estive para aqui uns quinze minutos só para encontrar o sítio onde se escrevia um novo post e até o raio do animal tem um novo aspecto, credo, parece um robot. Já estou apoquentada e ainda agora voltei, valha-me deus, vinha aqui falar de tanta coisa e já preciso de uma sesta.