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Dez anos.
Não comemoramos aniversários de namoro, porque a nossa história tem mais loopings do que a mais selvagem das montanhas russas. Comemoramos o dia em que demos o nosso primeiro beijo, naquele final de Abril de 2007, já nos conhecíamos há três anos.
Conhecemo-nos numa altura conturbada: eu tinha uma pessoa, e ele era um mimado. Eu estava deprimida, era destrutiva e submissa. Ele era parvo, infantil, e sem noção do que a vida custa. Andamos muitos anos às turras, e nenhum de nós sabe dizer quantas vezes nos juntamos e separamos.
Não somos perfeitos nem temos a história mais perfeita. Mas é a nossa história, e todos os altos e baixos trouxeram-nos ao ponto em que estamos hoje.
A vida levou-nos por caminhos diferentes, e quando nos reencontramos conseguimos, de alguma forma, encontrar o nosso equilíbrio. Nenhum de nós é como era há 10 anos, ainda que sendo. E eu, que muitas vezes não acreditei nesta relação, há mais de um punhado de anos que não tenho qualquer dúvida de que a vida é melhor com ele.
A vida que construímos juntos, com todas as suas reviravoltas, bons e maus momentos, não poderia ser a mais perfeita. E se hoje acordo todos os dias feliz e encaro com optimismo o dia que começa e o que o futuro nos reserva, é, em boa parte, culpa dele.
A nós, meu amor. Que venham muitos mais.
Não ligo peva. Sou daquelas parolas que prefere ter mais quantidade do que qualidade, até porque me aborreço facilmente das roupas/acessórios, e gosto de variar com muita frequência. Não me interessa dar 100€ por uma camisola de malha XPTO tricotada ao luar por monges tibetanos, se a vou usar duas vezes e encostar.
Assumi que, quando tivesse filhos, ia ser igual. Afinal, as crianças crescem à velocidade da luz e são pequenos ingratos que dão cabo da roupa toda, não há necessidade de grandes investimentos, certo? ERRADO.
Full crazy mode: ON!
Não me chegava ter embarcado naquele cliché do "vou às compras e nem vejo nada para mim, só compro coisas para o menino", para a loucura ser completa, entrei também na onda do "para o meu filho só o mais giro, o mais fofo, o mais original".
As más linguas dizem que o puto já tem mais roupa do que aquela que vai ter tempo de usar. Eu estou a encarar isso como um desafio, e raios me partam se não vai usar tudo, nem que tenha que o trocar 10 vezes ao dia!
Moramos aqui há seis meses. Ainda não está terminada.
Onde é que se compram estores japoneses? Queria muito muito, em azul bebé, para o quarto do piqueno, mas não há meio de o encontrar nas lojas de bricolage habituais, nem conheço sítios que façam por encomenda e me levem menos do que uma pequena fortuna... Alguém sabe?
Estou deitada na chaise longue. Viro para um lado. Viro para o outro. Tento dar balanço para me levantar e caio, novamente deitada. Rodo o corpo até ficar atravessada. Paro, já vermelha e ofegante, para pensar como vou fazer a proeza de me levantar, e cruzo o olhar com ele. O desgraçado está sentado no sofá à frente a rir-se até às lágrimas e pergunta: "então, como é que isso te está a correr?". Estupor.
Estes dias já lá vão, e não há sombra para dúvidas: pequeno monstrinho mexe-se vigorosamente, dia e noite, e eu adoro. Mesmo quando pontapeia violentamente a minha bexiga, quando me enfia um braço ou uma perna pelos pulmões acima (se não é isso, parece), quando quase que juro que vai a trote a qualquer lado ou até naqueles momentos em que parece ter seis braços e oito pernas: gosto tanto, tanto destes momentos que são só nossos, que nem sei como vos explicar.
"Respirar alto" tornou-se o meu novo hábito nocturno.
Há manhãs em que ele conta que "respirei" como um porco, outras mais extremas em que aparentemente "respiro" como um rinoceronte.