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E nem me façam falar da igreja. Todo o processo é tão moroso que se não fosse pelo baptizado do puto se calhar já tínhamos cancelado a cerimónia religiosa. É preciso ir à igreja onde vamos casar buscar a papelada. E depois à igreja da nossa freguesia. E depois ir a cada uma das igrejas onde fomos baptizados e fizemos a primeira comunhão. E depois voltar à da nossa freguesia. E depois à arquidiocese. E depois à igreja onde vamos casar. E algures no meio, cortar os pulsos.
E o padre garganeiro da nossa freguesia? Adoro. Primeiro chega num carrão que mete o meu num chinelo. Qual vida modesta qual quê. Reclamou que as pessoas fogem à igreja (pergunto-me porquê). Perguntou-me se o meu filho era doente por estar de óculos de sol. Disse mal da nossa casa e do sítio onde a tínhamos construído. Torceu o nariz porque escolhemos casar noutra igreja - pedido do meu avô, que gostava que eu casasse no mesmo sítio onde eles casaram. Depois queixou-se que o processo era muito complexo. Que tínhamos que pagar para ele tratar dos papéis. E mais uma multa porque não vamos casar lá. E mais um dia de salário de cada um de nós por cada ano que vivemos na freguesia. Em 3 interacções que tivemos, pediu-nos dinheiro 3 vezes. Posso estar desactualizada, não leio a bíblia vai para uns vinte anos, mas tenho quase a certeza que a ganância era pecado.
E os convidados? Era uma coisa pequenita, só familia directa e os amigos mais chegados, 100 pessoas no máximo. E de repente temos uma lista de 120 pessoas, que inclui pessoas que odeio e exclui outras de quem gosto bastante porque excedem o budget. Mas se odeias porque convidas? Poupem-me. A sério. Como se fosse viável não convidar uma prima e convidar a irmã. Ou excluir os amigos de faculdade do noivo. Ou como se cortar da lista a minha tia não fosse dar um desgosto ao avô. Tão dificil gerir as necessidades dos outros. Mas o dia é vosso! Uma ova.
A saga da entrega dos convites. Ou o inferno, já que é praticamente a mesma coisa. Soubésseis vós quantas vezes já me arrependi de não ter feito um convite online... Falta pouco mais de 5 meses, e tenho 13 de 60 convites por entregar. Parece-me um bom balanço. Juro que até ao final do mês termino. Acho.
... mas o tema do 2º aniversário do monstrinho já está escolhido. Deslarguem-me, sou pessoa de planear com antecedência. E por isso este ano teremos festa com....
"Mimi" e "Piqui"!
Um dia falo-vos da paixão louca que ele tem por estes dois...
Monstrinho tem 19 meses e energia para dar e vender. Não anda - corre. É o menino mais novo da sala dele, e como tal o mais bebé. É irrequieto e tem dificuldade em manter-se numa só actividade por muito tempo. Apesar disso, entretém-se bem sozinho, consegue concentrar-se no que está a fazer - se quiser - e é uma criança com regras.
Em reunião com a educadora, ouvi algumas queixas. Que acorda e vai saltar para cima dos outros meninos até os acordar. Que não consegue participar nas actividades de grande grupo porque se levanta e vai à vida dele. Que os outros meninos vão atrás (sou só eu que leio aqui "líder nato"???). Que perturba a turma. Que "não lhe vamos por rótulos, mas sugeria um acompanhamento por parte da psicóloga do colégio".
Ok. Ouvi, ponderei, achei que não tínhamos nada a perder. Se acho que ele precisa? Sinceramente, não. Acho que é só uma criança a ser criança. E as crianças não ficam quietas, querem correr, saltar, brincar. Acho normal um miúdo não ser um boneco e ter vontades próprias. É claro que nenhum pai minimamente consciente gosta que o seu filho perturbe a aprendizagem das outras crianças, mas não creio que seja o fim do mundo, e acho até que isto tem muito a ver com o facto de ele ser o mais novinho e não ter alcançado ainda as mesmas capacidades de concentração dos outros meninos. Mas o que temos a perder? Debatemos o assunto em casa e concluímos que se o colégio oferece esse serviço, e se pudermos de alguma forma ajudar a criança, vamos a isso - ainda que pouco convictos.
Mas quando partilhei esta questão com algumas pessoas próximas, obtive toda uma variedade de indignações. Que agora as crianças são todas hiperactivas. Que me iam por o miúdo a tomar medicação. Que as educadoras eram parvas e não sabiam cuidar dele em condições e a culpa era delas. Que os pais de hoje em dia levam os filhos ao psicólogo por tudo e por nada. Toda uma histeria. Eu é que sou a mãe, eu é que tinha o direito de ficar ofendida por sugerirem que a minha cria poderia ter uma qualquer falha, e acabei por ter que ser eu a racionalizar e acalmar os ânimos.
E vocês, o que fariam? Ficariam indignados, ou considerariam a hipótese de consultar um profissional?
Olha para mim, enche a boca e diz:
'inha mamã!
Obrigada ao sapo pelo destaque (e já agora pelo anterior que não me lembro quando foi mas vi). Obrigada a vocês que têm passado por aqui, a todos os que deixaram comentários que ainda não aprovei nem respondi, e tudo e tudo. Estamos vivos e com saúdinha, mas com pouco tempo. Até já!