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Cagadelas ao domicílio

por Mia, em 26.05.20

Voou até aqui uma pomba (nunca tinha visto por estas bandas), esteve um bocado ao pé de nós, mandou a bela da cagadela na piscina e foi à sua vida. Aposto que já tinha saudades de defecar em humanos.

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- mamã, podes vir bincá comigo?
- a mamã hoje tem que trabalhar um bocadinho 
- puque tens que tabaiá?
- para ganhar dinheiro, para depois podermos comprar brinquedos
- o [monstrinho] não qué compá binquedos 

- não queres brinquedos?

- não, queio que a mamã vá bincá comigo

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Depois de 10 anos a conduzir o meu velhote - amor de carro, nunca me deixou na mão, mas já levava 250.000km no lombo e uma segurança duvidosa - em Janeiro comprei um carro novo...

2020-hyundai-kona-ultimate-ultra-black-0.jpg

... que está parado na garagem há dois meses.

 

 

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O homem saiu para buscar comida, e eu ia tomar um duche quente, na esperança de aliviar o trapézio e relaxar um pouco. Dispo-me, entro no wc, e lá estava ela esparramada no meu chuveiro: uma centopeia do tamanho do meu indicador (talvez maior, se contarmos com a bigodaça). Comecei por dar três passos atrás, mas rapidamente concluí que se fugisse ela ia fazer o mesmo, e depois como é que eu ia conseguir dormir com aquele mutante à solta??

Fui buscar um sapato. E vestir-me, porque vai que ela saltava para mim? entro no WC novamente, munida de um pequeno stiletto, e rapidamente me apercebo de que a puta era maior do que a sola do meu sapato. Mais ainda, estava junto à parede. Com aquelas patas todas, facilmente trepava pela parede e se enfiava na minha toalha de banho. Pânico, drama, horror. Pensa rápido, Mia. O insecticida está na outra ponta da casa, não posso perder contacto visual por tanto tempo. Um passo atrás, e agarro uma sapatilha do homem. Um passo ao lado, e pego no frasco da laca. A minha mãe diz que a embalsamei, mas digo-vos que ainda deu luta. Borrifei-a várias vezes, ela tentou fugir mas espatifei-a com o sapato. Patas por todo o lado, algumas ainda a mexer depois de separadas do corpo, mas finalmente ganhei a luta. Deixei o cadáver para o homem buscar, vesti o pijama e esqueci o banho. Quem diz que a vida no campo é tranquila não faz a mais pálida ideia.

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Quando a quarentena começou, refugiei-me na comida e no conforto de estar em casa. Nunca estive sem trabalhar, tenho até maior carga do que anteriormente, mas havia sempre tempo para um docinho, um bolo, umas tapas, um chocolate. Apesar de não se reflectir no peso e até estar mais leve, rapidamente percebi que aquele nível de lontrice iria ter consequências pesadas.

De modo que deitei mãos à obra. Subscrevi o programa LesMills on demand e em março treinei 3 a 4 vezes por semana. Comecei a ver a balança subir, mas a fita-métrica a apertar, e, mais do que isso, os ataques de pânico a diminuir e um maior bem estar, de forma geral. Mas não chegava. Sou teimosa como uma mula, e assumi o auto-desafio de terminar a quarentena melhor do que comecei. O meu "quarentena body" havia de fugir à regra dos gordos da quarentena.

Em abril, estabeleci a meta dos 20 treinos, e cumpri 22. Estava lançada, as diferenças começavam a ser visíveis, os treinos começaram a ser mais demorados e a contemplar outras áreas. À medida que o corpo ia respondendo, comecei a achar que era importante tratar também a mente e incorporei uma vertente de pilates no final de cada treino. E foi assim que dei cabo de tudo.

Adoro pilates e exercícios de flexibilidade, mas odeio, com todas as minhas forças, sun salutations. E aparentemente o ódio é recíproco. Numa passagem a prancha, senti um pequeno esticão no trapézio. Ignorei porque não doeu assim tanto, continuei o treino. Ao tomar banho, baixou em mim aquela enxaqueca básica: pontos de luz, visão cortada, seguidos de dor de cabeça localizada, enjoos, enfim. Deitei-me pouco depois das 21h, e acordei na manhã seguinte ainda com dor de cabeça, e agora também no ombro. Esta última foi piorando. O trapézio inchou, a dor alastrou ao braço, pescoço, costas, cabeça. Mais um dia, e piorou novamente. Comecei a ver a vida a andar para trás. Não queria ir às urgências, porque pandemia, fiz teleconsulta. Anti-inflamatório de 8h/8h, e uma dor que não passava por mais de 6h seguidas. Rendi-me às evidências e rumei ao hospital - e isso dá "sumo" para um post inteiro. Mais uma catrefada de medicação, diagnóstico de trapézio distendido e de volta a casa. Estou finalmente melhor, mas com ordem de descanso e não fazer esforços. E o que me enerva mais é que não vou conseguir cumprir o auto-desafio de 25 treinos este mês (parei nos 2). Creio que, para além do trapézio, também tenho a cabeça estragada.

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publicado às 11:57

Pequeno papagaio

por Mia, em 07.05.20

- "mamã, está tudo bem contico? Espéio qui xim"

- "não conxégo"

- "o [monstrinho] puseu água da piuinha no poti"

- "mamã, não te piocupes"

- "aicótomo" [helicópetro]

- "fiaíco" [frigorífico]

- "camiosa" [camisola]

- "tétoscópio" [estetoscópio] 

- "temeióda" [telemóvel]

- "o [monstrinho] adóia a mamã"

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Uma versão adaptada pelo colégio, para os alunos da creche. Resultou bem durante uns 3 minutos.

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Desfraldar ou não desfraldar

por Mia, em 06.05.20

Pequeno monstrinho conta com dois anos e uns meses (nove, contei pelos dedos), e usa fraldas. O que, aparentemente, é um choque para muito boa gente. A verdade é que todas as transições na vida dele aconteceram de forma muito natural e sem forçarmos: deixar a chupeta, a mama, dormir a noite toda, entrar para o colégio, enfim. Aliando a isso o facto de sermos acompanhados por uma educadora que defende que cada criança deve seguir o seu ritmo, o desfralde nunca foi grande preocupação. 

Até há uns meses.

Num grupo de mães do Facebook, alguém questionou se seria verdade que a partir dos 3 anos os infantários não aceitavam crianças de fralda. Achei a pergunta parva, mas, qual não foi o meu espanto quando começaram a chover comentários a confirmar. Como assim tem que ir sem fralda? Até agora era quando estivesse preparado, e de repente em Setembro já não pode usar fralda? Comecei a observar e apercebi-me que quase todos os meninos da sala dele tinham deixado as fraldas, e questionei a educadora. Que não, o colégio aceitava meninos com fralda na sala 3, que o monstrinho ainda não dava sinais de estar pronto, que não me preocupasse.

E depois entramos em quarentena.

E veio um e-mail a sugerir que aproveitássemos este tempo para começar o desfralde. Primeiro, como assim "este tempo"? Eu estou a trabalhar 10h-12h por dia, qual tempo??? E depois, onde é o botão que se carrega para a criança perceber que é para ir ao pote?

Pusemos o bacio à disposição e ele ignorou por uns tempos. Um belo dia, começou a perceber que conseguia "pôr água da piuinha" lá. E quando lhe sugerimos que o faça, ele vai. Mas não tem essa iniciativa, não sei como fazer com que tenha o instinto de ir ao pote quando tem vontade. Será que não está preparado? Será que estou a fazer algo errado? Sinto que o meu livro de parentalidade não tinha este capítulo. Alguém tem dicas ou sugestões para partilhar comigo? Please?

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Há coisa de duas semanas tivemos a visita de uma cobra.

 

U

M

A

 

 

C

O

B

R

A

 

Na nossa lavandaria, a fazer companhia aos gatos, na maior descontração. Hiperventilaram só de ler? Imaginem eu. 

Será que estamos em boa fase para mudar de casa???

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Não tenho cabelos brancos, o que significa que, ao 58º dia de isolamento, também não tenho raízes.

 

Já das unhas, não vamos falar.

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publicado às 10:10


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