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Era sexta feira à noite, e eu estava sentada ao balcão da cozinha, com um copo de vinho, enquanto conversava online com ela. Cortávamos na casaca de uma terceira pessoa, há lá melhor, e de repente apercebi-me:
- quem ler esta conversa pensa que não temos o que fazer, nem filhos para criar.
ao que ela responde:
- o pai está a adormecê-lo.
- aqui também. Escolhemos bons pais.
E escolhemos.
Ah e tal, mas o pai tem tanta obrigação como a mãe, beca beca beca. Isso é tudo muito bonito e concordo muito. Mas tendo os mesmos deveres, quantos o fazem? Quantos não se limitam a empurrar as tarefas para a mãe?
Em tempos uma amiga contou-me que, numa festa, uma outra amiga ficou chocada porque a filha tinha cocó na fralda e o pai foi mudá-la. A rapariga ficou chocada por ele saber como o fazer, imagine-se!
Na semana passada, numa festa de família, o meu filho começou a choramingar. Eu ainda estava a almoçar, por isso o pai pegou nele ao colo e foi adormecê-lo. Naturalmente, não foi preciso pedir, é necessário fazer alguma coisa e o que está mais liberto faz. De imediato uma tia veio perguntar-me se ele era mesmo assim ou se estava a fazer aquilo apenas para o show off.
Tens muita sorte.
O tanas. Escolhi-o.
Escolhi o homem que olha para o nosso filho como nunca o vi olhar para ninguém. Escolhi o homem que muda fraldas, dá banhos, canta, faz palhaçadas. O homem que chega a casa, depois de um dia de trabalho, e dá a sopa ao menino para me poupar as costas. Que o adormece praticamente todas as noites. O homem que me atura as neuras, que assume quando erra, que conversa comigo, que diz que me ama todos os dias sem excepção.
Não foi sorte, escolhi-o. E escolhi tão bem.