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Cá por casa tudo igual, tudo diferente. Deixei o meu emprego e comecei o novo, e a adaptação, ainda que tenha custado nos primeiros dias, tem sido uma agradável surpresa. Trabalhar na minha cidade é tudo o que eu esperava que fosse: saio com 30 minutos de antecedência de casa, vou deixar o monstrinho à creche, visto-lhe a bata, dou beijinhos, "a mamã adora-te e volta logo", e vou-me embora, a pé. Chego ao trabalho 5 a 10 minutos antes da hora. Ao fim do dia, o percurso inverso, desço a rua e em 6 minutos estou a abraçar o meu pequeno. E não há nada que pague isso.
Para ele, a mudança foi um pouco mais difícil. Estive com redução de horário até sair da empresa antiga, e ainda que trabalhasse a uma hora de distância, no máximo às 17h ele estava a sair. Passar a sair uma hora mais tarde foi doloroso. No primeiro dia cheguei e já só estava ele e outra menina, e o meu coração de mãe partiu-se em mil pedacinhos. Questionei todas as decisões que tinha tomado, mas depressa concluí que se tivesse continuado onde estava, e terminada a amamentação, passaria a ir buscá-lo ainda mais tarde (nunca antes das 19h30), por isso vamos ter que nos adaptar. Todos. Tivemos choro de manhã, birras de cansaço ao final do dia, mas aos poucos a coisa vai estabilizando.
E falando em monstrinho, as coisas que esta criança aprende de dia para dia? Não vos vou contar grandes feitos, não direi que é um prodígio ou sequer avançado para a idade no que quer que seja. É um miúdo normal, cada vez menos bebé e mais menino, e eu saboreio cada pequena conquista. Começou a andar (e mais recentemente a correr) e agora o mundo é dele. É curioso, astuto, aprende rápido. É meigo e carinhoso, tira comida da boca dele para nos dar se pedirmos, faz miminho, sorri e dá abraços com fartura. Mas também tem mau feitio: aprendeu a birra e agora atira-se para trás quando é contrariado, chora, deita-se no chão. Não damos importância para que não veja isso como 'arma' para conseguir o que quer. Come bem, dorme bem (ultimamente nem tanto, ora são dentes, ora gastro, ora constipação, uma ramboia), não dá chatices. É um bom menino.
Começamos a preparação para o casamento e já estou exausta. Amanhã faço a primeira incursão no mundo dos vestidos de noiva, logo vos conto como correu, mas vou com expectativas baixinhas baixinhas. Já as quintas são toda uma outra epopeia. Só queríamos um espaço amplo, mesas de madeira corridas e cadeiras simples, já agora a preço de gente. Aparentemente é pedir demais, e ainda não vimos nada que fugisse ao clássico: mesas de vidro, poltronas, veludo, pérolas, cristais, véus a cair do tecto, dragões a cuspir fogo... esta última pode ser exagero mas vocês perceberam a ideia. Passamos dois dias a ver quintas e quase desisti de casar. Não há de ser nada.
Na correria da vida, o blog passou para 76352º plano. Adorava vir cá com mais frequência, faz-me falta escrever e ler-vos (ainda está por aí alguém?), mas o tempo voa, uma pessoa escreve posts mentalmente enquanto está no duche ou antes de adormecer, mas depois nunca os passa para o papel (salvo seja), outros blogs são lidos de fugida nas salas de espera de consultórios ou em tempos mortos - que são cada vez menos - passam-se dias, semanas, meses e pronto. A ver se consigo vir cá mais vezes.