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A minha sogra veio limpar-me a casa, e eu fiquei chateada.
Pode ter sido porque foi a gota de água que transbordou um copo já cheio de situações mais chatas, pode ter sido apenas o meu mau feitio, pode ter sido uma reacção normalíssima. Foi por isso que vos perguntei como reagiriam.
A verdade é que senti esta "oferta" como um atestado de incompetência. Sim, somos todos iguais cá em casa, igualdade de género e divisão de tarefas, blá blá blá, mas em limite ele está fora a trabalhar o dia todo e as tarefas domésticas recaem maioritariamente sobre mim. As coisas são como são. Por isso, quando a minha sogra comunicou que cá vinha limpar, o que eu ouvi foi: "és uma incompetente que nem sabe tratar da casa, pobrezinho do meu filho, pobrezinho do meu neto, se não sou eu a tratar da casa deles sabe-se lá a pocilga em que viveriam".
Posso estar a exagerar um nadinha, mas não se metam com uma puérpera (sempre quis usar esta palavra) hormonal.
Depois, há toda a situação de a "oferta" ter que levar com estas aspas, porque não foi tanto uma oferta mas sim uma imposição. Não suporto que se metam na minha vida. Não suporto que me digam o que fazer. E na minha casa mando eu. Fiquei chateada por isto me ter sido comunicado, e mais ainda por ele me ter apresentado o facto consumado, ainda que ele se defenda dizendo que a ele também não foi pedida opinião. Não acho que tenha sido por mal, claro. Mas acho que ele tinha que ter posto um travão à coisa e avisado que iria falar comigo e depois logo se via, mais não seja para marcar uma posição: cá em casa mandamos os dois, e mais ninguém.
Acho que, por muito que as pessoas sintam que podem ajudar ou que fariam algo melhor do que está a ser feito no momento, a barreira da privacidade do lar alheio não pode nunca ser transposta. Oferecer ajuda sim, impor essa mesma ajuda, nunca.