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Introdução: sou ateia. Durante mais de metade da minha vida fui crente, muito mesmo. Mas um dia uma experiência mudou-me a vida, as certezas, e fez com que deixasse de acreditar no que quer que fosse. Zanguei-me com o meu suposto deus, com tudo o que ele significava, passei a escreve-lo com minuscula, a questionar tudo o que tinha como certo, e a desprezar as suas tradições. Respeito quem acredita, mas não me venham com extremismos, e quando vejo uma pessoa a benzer-se os olhos reviram-se-me sozinhos.
Hoje almoçava com um colega que é católico praticante, daqueles que para antes de começar uma refeição para dar graças, não sei se estão a ver? Então ele dizia-me que achava que portugal era um país muito ligado à religião. Ahã, dizia eu, pois que sim, que é, que lá na minha terrinha então é um festival, mas que isso não me diz muito porque sou ateia. Esperava o típico revirar de olhos, o sermão, que me tentasse convencer de que ia arder nas labaredas do inferno, e ele sai-se com esta:
- Deus gosta dos ateus.
- Hum?
- É. Deus gosta dos ateus.
- Porquê?
- Porque quando um ateu faz o bem, ele faz a troco de nada, não é porque espera ir para o céu, é porque quer fazer o bem. Deus gosta dos ateus.
E pronto. Assim com um raciocínio tão simples, desarmou-me e deixou-me a pensar nisto o dia todo, e em como se houvesse um deus e pensasse assim eu era gaja de gostar dele, mas mais ainda, deixou-me com o sorriso ao perceber que nem todas as pessoas que guiam a sua vida pela religião que seguem são extremistas intransigentes.