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Monstrinho tem 19 meses e energia para dar e vender. Não anda - corre. É o menino mais novo da sala dele, e como tal o mais bebé. É irrequieto e tem dificuldade em manter-se numa só actividade por muito tempo. Apesar disso, entretém-se bem sozinho, consegue concentrar-se no que está a fazer - se quiser - e é uma criança com regras.

 

 

Em reunião com a educadora, ouvi algumas queixas. Que acorda e vai saltar para cima dos outros meninos até os acordar. Que não consegue participar nas actividades de grande grupo porque se levanta e vai à vida dele. Que os outros meninos vão atrás (sou só eu que leio aqui "líder nato"???). Que perturba a turma. Que "não lhe vamos por rótulos, mas sugeria um acompanhamento por parte da psicóloga do colégio".

 

 

Ok. Ouvi, ponderei, achei que não tínhamos nada a perder. Se acho que ele precisa? Sinceramente, não. Acho que é só uma criança a ser criança. E as crianças não ficam quietas, querem correr, saltar, brincar. Acho normal um miúdo não ser um boneco e ter vontades próprias. É claro que nenhum pai minimamente consciente gosta que o seu filho perturbe a aprendizagem das outras crianças, mas não creio que seja o fim do mundo, e acho até que isto tem muito a ver com o facto de ele ser o mais novinho e não ter alcançado ainda as mesmas capacidades de concentração dos outros meninos. Mas o que temos a perder? Debatemos o assunto em casa e concluímos que se o colégio oferece esse serviço, e se pudermos de alguma forma ajudar a criança, vamos a isso - ainda que pouco convictos.

 

 

Mas quando partilhei esta questão com algumas pessoas próximas, obtive toda uma variedade de indignações. Que agora as crianças são todas hiperactivas. Que me iam por o miúdo a tomar medicação. Que as educadoras eram parvas e não sabiam cuidar dele em condições e a culpa era delas. Que os pais de hoje em dia levam os filhos ao psicólogo por tudo e por nada. Toda uma histeria. Eu é que sou a mãe, eu é que tinha o direito de ficar ofendida por sugerirem que a minha cria poderia ter uma qualquer falha, e acabei por ter que ser eu a racionalizar e acalmar os ânimos.

 

 

E vocês, o que fariam? Ficariam indignados, ou considerariam a hipótese de consultar um profissional?

 

 

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12 comentários

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De Maribel Maia a 20.03.2019 às 13:54

Na minha opinião, parece-me só 'coisas de criança' mas uma opinião profissional é sempre de boa ajuda... Proponho que escolha um profissional em quem confie e do qual tenha boas referências...... 
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De Mia a 21.03.2019 às 17:45

Concordo. Também acho que será normal para a idade, mas não tendo nada a perder, consultaremos a psicóloga do colégio no sentido de entender como podemos ajudar - se necessário - num trabalho conjunto em casa e no colégio.
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De Anónimo a 20.03.2019 às 15:59

na minha opinião consultar sempre um profissional e "não dar ouvidos às pessoas mais proximas"...a descrição não tem nada a ver com hiperatividade nem com essa idade é diagnosticada mas pode ser feita uma outra avaliação e acompanhamento por parte dos profissionais de saude e se alguma "coisa" for detectada é melhor que seja precocemente para existir ajuda especializada  até por parte das educadoras/escola
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De Mia a 21.03.2019 às 17:44

Sim. No colégio ninguém falou em hiperactividade, mas cá fora esse assunto veio logo à baila. Não considero o meu filho mais irrequieto do que o normal. Tem momentos de histeria e momentos calmos, como qualquer criança que está a aprender a gerir emoções e sentimentos. Acho que faz parte. Mas também acho que não temos a perder em ouvir outra opinião.
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De A Caracol a 20.03.2019 às 17:40

Tive as mesmas queixas ao meu por parte da educadora, mais ou menos pela idade do teu. Ignorem, com todas as forças. Estão na idade de explorar. Acho que na altura até lhe disse isso mesmo: eu não quero que o miúdo me traga colagens e trabalhos bonitos para casa. Quero que chegue ao parque e saiba desenrascar-se. Quero que trepe, que salte, que corra e que aprenda a cair. Os trabalho têm tempo... Muito tempo. 
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De Mia a 21.03.2019 às 17:42

Achei piada ao "não quero que o miúdo me traga colagens e trabalhos bonitos para casa", porque foi algo muito semelhante ao que ouvimos na educadora no início do ano: "não esperem trabalhos bonitos dos vossos filhos. Eu quero que eles brinquem, risquem, rasguem, explorem. E isso não vai ser bonito". Gosto da abordagem dela. Não me importo que o miúdo venha sujo, cansado, e por vezes com nódoas negras, entendo isso como parte do ser criança. Assim como acho que o facto de ser irrequieto também faz parte. Vou ver o que a psicóloga diz, porque mal não há de fazer, mas não sinto como necessário - pelo menos neste momento.
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De mami a 20.03.2019 às 20:10

não vou comentar as vossas escolhas, pois não estou nos teus sapatos.
se a situação fosse comigo. não aceitaria. 19 meses é muito bebé. não é uma consulta de uma hora por semana (e nem sei se é essa a regularidade) que alterará muita coisa.
tentaria compreender o porque de o comportamento em casa e na escola ser diferente (a minha pequena também é a mais nova da sala, quando mudou de sala teve uma semana complicada, vinha dos bebés para um mundo de regras, depois...lá se deixou domar pela norma)
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De Mia a 21.03.2019 às 17:39

Também não sei se será algo para fazer frequentemente ou apenas algumas dicas. A psicóloga faz acompanhamento aos meninos do colégio, e penso que a ideia da educadora passaria por definirmos as 3 em conjunto uma estratégia para que ele se adapte melhor. Também acho cedo, confesso. Não vejo no meu filho sinais de alarme. No entanto elas passam mais tempo com ele do que eu (infelizmente), são formadas na área, e não vejo pontos negativos em tentar, por isso lá vamos!
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De Ninita a 21.03.2019 às 11:22

A minha L* é acompanhada desde os 4, por outros motivos. E no caso dela, notei grandes melhorias.mas ai está, a situaçao era outra. E sim, tb sempre teve "bichos carpinteiros", mas quem a quer ver bem e parada, é num sitio a aprender qualquer coisa nova...
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De Mia a 21.03.2019 às 17:37

Noto que quando é algo que lhe desperte interesse ele fica super concentrado e é capaz de passar imenso tempo nisso. Não acho errado o acompanhamento, vou com a mente aberta, claro, mas pergunto-me se não será excesso de zelo.
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De Anónimo a 05.04.2019 às 15:41

Nunca é excesso de zelo, é procurar respostas a um alerta dado por uma profissional. Se nada de relevante for encontrado ótimo, mas é melhor que seja assim do que quem acha tudo normal e são crianças e etc. Existem bastantes crianças com "problemas" aos quais os pais não querem saber, umas vezes por ignorância, outras porque é tudo normal(quando não é), etc...Na sala do meu filho(5 anos) existem vários miúdos com problemas no desenvolvimento da fala e só 2 ou 3 desse miúdos é que andavam na terapia da fala, foi preciso este ano por um programa do governo com os centros de saúde em que vão técnicas à escola referenciar miúdos e ter conhecimento dos referenciados pela educadora para que os restantes também tenham começado a terapia da fala (a terapeuta vai ao infantário. 
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De Mia a 12.04.2019 às 17:47

Sim. Na dúvida fomos, correu bem. Felizmente não aparenta haver qualquer problema, mas ao menos desfizeram-se as dúvidas.

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