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Vi um bocado do peso pesado teen e não tive vontade de rir.

Vi a apresentação da quinta e não tive vontade de rir.

Eu rio-me com qualquer porra, e os nossos reality shows já nem um sorriso conseguem arrancar de mim. Este país vai de mal a pior.

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Desculpem lá qualquer coisinha

por Mia, em 02.09.15

Eu acho isto muito bonito, sim senhora, somos todos irmãos e devemos ajudar o próximo, e não me interpretem mal, acho horrivel que pessoas, sejam homens, mulheres e principalmente crianças, estejam a pagar por uma guerra que não compraram. Não consigo sequer imaginar o sofrimento dessa gente, nem questiono que necessitem e mereçam toda a ajuda que se lhes puder dar.

 

MAS, somos nós, país em crise, onde recebemos salários ridículos e pagamos impostos obscenos, nós que não temos onde cair mortos, que temos pessoas a viver nas ruas, privadas de um lar, de alimento, de educação, nós que não temos meios para garantir condições mínimas para os portugueses... somos nós que os vamos ajudar? Então e os nossos, quem ajuda?

 

Não me interpretem mal, não estou aqui a falar dos mandriões que não trabalham porque não querem, que estouram tudo o que têm em vícios diversos ou dos que foram chico-espertos toda a vida e agora estão a sofrer as consequências. Falo das nossas pessoas que foram apanhadas pela crise e perderam o emprego, das que são consideradas velhas e por isso não têm oportunidades, das que são efetivamente velhas e viram ser-lhes arrancado o pouco que tinham, das que se viram forçadas a partir porque Portugal não tinha condições para elas. Então e os portugueses que mal têm um prato de sopa para se alimentarem durante um dia inteiro, não merecem ajuda? Não merecem um tecto? E as nossas crianças, que vêm o seu futuro hipotecado logo à partida, porque os pais não lhes podem dar a educação de que necessitam, porque não têm por onde fugir, têm que sobreviver e por isso precisam de crescer depressa, trabalhar, passar fome e frio... essas não têm a dvds do Noddy, pois não?

 

Chamem-me insensível, mau feitio, o que for. Mas somos tão "irmãos" dos que aparecem nas notícias como daqueles que estão ao nosso lado e fingimos não ver.

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Pessoas das leis, cheguem aqui

por Mia, em 16.06.15

Ligou-me há pouco uma pessoa que desconheço para me informar que a minha senhoria vai vender a casa onde habito (e cujo contrato de arrendamento vai a meio) mas que não me preocupe porque o novo dono "fica comigo" à mesma.

 

Eu cá não percebo nadinha destas coisas, mas a troca de proprietário não invalida o contrato em vigor? Ou isto é uma rebaldaria e eu sou "vendida" junto com a casa? É que está-me aqui a parecer que eu talvez devesse ter algum voto na matéria, quanto mais não fosse para dizer quero ou não quero arrendar a casa ao novo proprietário...

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Da frustração

por Mia, em 01.04.15

Desde pequena que tenho falta de dentes - 8 para ser exacta - e os poucos que tenho sempre foram tortos e muito espaçados. Para além do óbvio impacto estético, isto causava-me problemas de mastigação, e muito cedo me foi diagnosticada a necessitade de fazer tratamento ortodôntico.

 

Por coisas da vida, os meus pais nunca o fizeram enquanto eu era criança/adolescente, portanto quando comecei a trabalhar e a sustentar-me, foi o meu primeiro investimento: tratar da minha saude dentária. Quase quatro anos, 6 aparelhos, uma cirurgia e muitas dores depois, o tratamento ficou completo e foi uma das minhas maiores vitórias (não é fácil, a sério que não é fácil ser adulta e levar com estas merdas).

 

Tinha, contudo, um senão: para garantir que os dentes ficavam quietinhos e bonitinhos no sítio certo teria que utilizar um aparelho de contenção para o resto da vida, durante a noite. Tudo bem, piece of cake, houve uma fase do tratamento em que tinha que usar esse aparelho dia e noite até mesmo para comer, por isso dormir com ele não era o fim do mundo.

 

Pois então usei. Todas as noites, sem excepção. Passou-se um ano. Há semanas dei conta que se me abriu um espaço entre os incisivos centrais. E forma de corrigir? Pois, não há.

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"Vai ficar tudo bem"

por Mia, em 15.02.15

Está aí a fazer um ano que uma das minhas melhores amigas perdeu o namorado. Ele era um rapaz jovem e promissor, eles tinham uma relação fresquinha e ainda na fase amor-cor-de-rosa-tanto-mel-que-mete-nojo, era um dia normal, igual a tantos outros. Estiveram juntos, despediram-se normalmente - iam estar juntos amanhã, não era preciso grandes despedidas - e depois um terrível acidente aconteceu. Sabia-se que havia vítimas, mas ele não era uma delas, não podia ser. Havia certamente uma explicação para tudo: para o facto de ele não atender o telemóvel, de não dar notícias, de ninguém saber dele. Ele não era, não podia ser um dos feridos. As notícias chegavam-nos pela comunicação social, e diziam já ter notificado as famílias das vítimas, e a dele continuava sem saber de nada, portanto não era ele. Não era. Eu, a 3000km de distancia, passei horas ao telefone com ela. Disse-lhe vezes sem conta que ia ficar tudo bem. Ela teimava em não acreditar. A dada altura, perguntei-lhe:

- eu alguma vez te menti?

- não.

- acreditas em mim?

- sim.

- então acredita no que eu te digo, vai ficar tudo bem.

 

Não ficou.

Ele morreu, a comunicação social estava errada, e havia de facto um motivo para ele não dar notícias, e era o pior possível.

 

Ela não se lembra disto. Nos momentos que seguiram aquele turbilhão de emoções, muita coisa se apagou, e para ela aquele momento e os dias, semanas, meses seguintes são uma névoa. Mas eu, eu nunca me esquecerei. Nunca me sairá da cabeça o dia em que fiz uma promessa falsa, em que jurei que ia ficar tudo bem, sem saber se ia. O dia em que criei uma ilusão vã numa pessoa, para ser depois desfeita em mil pedaços.

 

Hoje, uma outra amiga está a passar um momento difícil, precisa de apoio e precisa de alguém que lhe diga que "vai ficar tudo bem". E eu simplesmente não consigo fazê-lo.

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Que bicho te mordeu?

por Mia, em 30.01.15

Não sei. Mas um bicharoco qualquer achou a minha perna bastante apetecível e fui presenteada com umas duas ou três picadelas. Ora, sucede que as ditas têm aspecto estranho, são tipo talos e estão cada vez mais vermelhas, e estando eu num país tropical cheio de bicharada estranha fui, claro, ao google ver com que tipo de animal andei metida e quais as implicações. E o que é que isso interessa, dizem vocês? Nada. Isto tudo é para dizer que, nas minhas pesquisas, fui dar a um daqueles fóruns de mães em que uma delas postou a foto de um bebé TODO borbulhoso, com um aspecto de quem tinha sido atacado por uma colmeia ou tem uma alergia qualquer assim a atirar para o grave. Então a mãezinha extremosa perguntava às outras mães o que achavam daquilo.

 

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Alguém me explica, como se eu fosse muito burra, porque é que esta santinha não levou o desgraçado do bebé ao médico em vez de andar a brincar aos fóruns? E já agora, porque é que pessoas destas se podem reproduzir?!

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publicado às 00:04

Pois que ando há meses a tentar tirar uma certificação na minha área. Por não ser uma coisa propriamente barata e de nível avançado, não há muita oferta no nosso país, na verdade, após muitas trocas de e-mails e pesquisas, encontrei UMA empresa que administra o curso de que preciso para fazer o exame. Marcou-se. Empresa adiou. Sim senhor, azares acontecem, marcaram uma nova data, pendente de confirmação. Semanas se passaram, e não era possível confirmar porque estavam à espera de não sei quê e não sei do que mais, bla bla bla, a três dias do início do curso cancelaram novamente. Nova data proposta, desta é que é, está confirmadíssimo Mia, podes marcar tudo: viagem, hotel, replanear a tua vida, o teu trabalho e o de outros, porque é agora. Mia - bem mandada - marca tudo. Tinha uma outra viagem marcada, com partida prevista para uma data que calhava no meio da formação, mas não faz mal, adia-se, bilhete de avião antigo para o lixo, mais uns quantos euros por um novo bilhete de ida e umas férias cortadas pela metade, mas tudo bem porque vale a pena, é um investimento, beca beca beca. Tudo alinhado, a partida estava marcada para depois de amanhã.

 

Hoje, 17h, telefone toca. Adivinhem lá?

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publicado às 22:22

Pessoas que compram guerras que não são delas.

Acaso o meu homem luta as minhas batalhas? Luta? Não. Ouve-me pacientemente, dá-me razão (se a tiver, se não tiver puxa-me as orelhas - nunca aconteceu, estou a supor) mas não mete o nariz, que eu sou mulher feita e não preciso que o meu homem/pai/mãe/irmão/cão/gato andem aí a defender-me qual donzela em perigo, era o que mais me faltava.

Portanto agradecia, é que apreciava mesmo, que tivessem a mesma consideração comigo. A minha paciência é limitada, estas merdas produzem-me rugas, e os liftings estão pela hora da morte.

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publicado às 11:27

A tristeza deixa-me prostrada, a desilusão mata-me. Mas deixem-me com raiva e é ver-me a levantar em três tempos, arregaçar as mangas e dar a volta por cima.

Não é que me orgulhe disto. É o que é.

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A minha duvida continua a ser...

por Mia, em 15.11.14

...mas quem é que queima (literalmente) mais de 300€ numa puta de uma vela?!

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Vejo por esta internet fora um rol de mães indignadas com o texto do Publico, porque pessoas com filhos não são nada daquilo, mas que visão redutora da coisa, e mais umas quantas pessoas sem filhos que se sentem afrontadas com esta  indignação ou também com o conteúdo texto, ou com sei lá mais o quê, sou pessoa com pouca pachorra e às tantas já perdi o fio à meada.

E depois vem o típico: a minha opção é melhor do que a tua. Eu é que sou feliz, tu não tens ideia do que isto é. Tenho para mim que pessoas que têm uma necessidade constante de dizer que estão muito bem e muito felizes com as suas escolhas e muito bem, mas mesmo muito bem, e são mesmo muito felizes, porque estão meeeesmo muito bem, se calhar têm tanta necessidade de se convencer a elas próprias como aos outros.

Não sei se já disse que sou uma pessoa com pouca pachorra. Mas esta coisa de sermos um país de ofendidozinhos, que à mínima coisinha ficam logo todos agastados cansa-me a beleza. É relativizar gente, relativizar.

Dito isto, devo acrescentar que o que me tirou mesmo o sono foi ouvir os locutores da comercial e a catrefada de gente que ligou para lá a respeito deste artigo a falar incessantemente em "pais com filhos" e "pais sem filhos". A modos  que vou ali indignar-me um bocadinho e volto já.

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publicado às 15:10

Estive fora assim tanto tempo?!

por Mia, em 23.10.14

O sapo está todo diferente, já não sei mexer nisto, estive para aqui uns quinze minutos só para encontrar o sítio onde se escrevia um novo post e até o raio do animal tem um novo aspecto, credo, parece um robot. Já estou apoquentada e ainda agora voltei, valha-me deus, vinha aqui falar de tanta coisa e já preciso de uma sesta.

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Duvida existencial

por Mia, em 13.06.14

Imaginem, pessoas, que de um lado têm um emprego numa empresa que vos dá estabilidade financeira, a possibilidade de um salário acima da média nacional, de correr o mundo, um contrato permanente, posições interessantes... mas que não cumpre promessas, não vos valoriza, não vos realiza como profissional e como pessoa e basicamente caga-vos na cabeça.

 

Do outro lado têm o desconhecido. Provavelmente (muito provavelmente) irão ganhar menos, não vão andar a laurear a pevide, talvez não seja um emprego tão estável, mas vão ter a satisfação de bater com a puta da porta e dizer IDE PRA GRANDE PUTA QUE VOS PARIU.

 

O que fazeis?

 

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Não. O Estado ganha. Assim como ganhou uma pipa de massa no mês passado à custa do feriado, fins de semana, horas extra e bonus que eu "recebi". Eu? Eu vi menos de metade desses extras. Mas pronto, o que vale é que tenho um bom sistema de saúde, educação, estradas em condições, não é? Ai também não? Pois, então não sei. O que vale é que vem aí o mundial, haja futebol e está tudo bem.

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publicado às 23:07

Sou do caralho. Do caralho. Tenho colegas que sao, igualmente, profissionais do caralho, melhores, alguns muito melhores do que eu. Viajamos quase todas as semanas, andamos pelos quatro cantos do mundo, mostramos que o português tem cérebro, é inteligente, sabe pensar. Desenvolvemos coisas novas, mudamos a realidade, melhoramos o dia a dia das pessoas. Não se deixem enganar pelas merdas que escrevo, quando estou em modo profissional a coisa muda de figura. Somos bons, mesmo bons. Somos desenrascados, trabalhadores, já disse que somos inteligentes? Às vezes, quando ninguém mais resolve, chama-se uma equipa de portugueses, porque eles - os de fora - valorizam-nos e apostam em nós. Apesar disto voltamos a casa. Contribuimos para combater uma crise que alguém criou quando ainda usavamos fraldas. Ajudamos com os nossos impostos que nos levam largas centenas de euros por mês, e não ganhamos nem de longe nem de perto o que merecemos. Representamos e ajudamos o nosso país numa base diária, e como nós muitos outros portugueses pelo mundo.

Agora perguntem-me: estas orgulhosa do benfica?! Eh pá não. Desculpem lá qualquer coisinha, não é que saber dar chutos numa bola seja menos válido do que por os neurónios a trabalhar, mas enerva-me que ainda se valorize mais quem tem a sorte, a aleatoriedade, de nascer com o dom de saber brincar com bolas, do que quem queima as pestanas, cultiva a mente, e faz o mundo avançar. E eu até sou do Sporting.

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Expliquemos então às crianças que têm pais do mesmo sexo porque é que são menos do que as outras.

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