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O romance foi o que fodeu isto tudo. A vida era boa, eu estava feliz, os passarinhos cantavam e o sol brilhava. Ou assim parecia na minha cabeça.

 

Desde o primeiro mês após o parto que tomo a pílula de amamentação. "Dra, mas isto é um contraceptivo como outro qualquer?" "É sim, não se preocupe". E não me preocupei, pois está claro. Monstrinho deixou de mamar ia eu no início de uma caixa, e decidi levar até ao fim, evidentemente. E depois um dia tive uma coisa que não interessa falar num blogue assim em bom como este, mas vá, chamemos-lhe um inconveniente intestinal, daqueles que cortam o efeito da pílula, mas quem é que pensa nessas merdas?

 

Passam uns dias, sei lá, uma semana e uns trocos, e estou eu em casa tranquilamente a ver fotos quando sinto aquela dorzinha básica no útero. Ora, contextualizemos: há duas coisas que me levam a sentir esse tipo de dor - ou estou naquela altura do mês, ou estou grávida. Oh que diabo. É que, não sei se vocês sabem, mas a pílula de amamentação inibe a menstruação.

 

Tudo a suster a respiração desse lado? Daqui também.

 

Passo então a tarde toda com dores - de útero e de alma. Mas que raio, na volta é algum desarranjo aqui por todas as alterações hormonais, sei lá eu. Ao fim do dia, uma ou duas gotinhas de sangue. Não sei se estão todos familiarizados com o conceito de sangramento de implantação, mas se não estão, ide procurar. Vá, eu espero.

 

Todos a bordo?

Daqui também, com o bónus de, neste momento, já termos uma Mia em pânico a pensar que se calhar há mais um a bordo e isso não estava mesmo nos planos.

Conto ao homem e instalo o caos, evidentemente. Dias de pânico, drama, horror. Ele, que dias antes tinha proferido a frase "se não fosse um risco para a tua saúde eu gostava de ter outro filho já", descobriu que afinal se calhar não gostava assim tanto que fosse já já. Eu, que andava com saudades da barriga e de um bebé pequenino, descobri que se calhar não eram assim tantas saudades que não pudessem esperar dois anitos.

 

Faz um teste, repetia ele incessantemente, mesmo que lhe tenha explicado 2573 vezes que mesmo se estivesse grávida, era muito cedo para um teste dar positivo.

 

Daí a uns dias tinha consulta de rotina na ginecologista, pensamos então esperar até lá. Entretanto, dias de pânico, não sei se já disse. É que entre o parto e a amamentação, eu recuperei o poder sobre o meu corpo há cinco minutos, e já vem outro pequeno ditador tomar posse?? E vocês já pensaram bem na logística de ter duas crianças com um ano e pouco de diferença?! Compram-se dois trocadores? Dois carrinhos? E partilham quarto, ou nem por isso? Ai valha-me Deus o que fomos nós fazer.

 

Contei a uma amiga que só se ria e dizia: ai monstrinho que tu dás demasiado tempo livre aos teus pais. Muita piada.

 

Chegado o dia da consulta, claro, grávidas aos magotes na sala de espera. Começa-me a dar aquela nostalgia. Começo a pensar que se calhar nem é assim tão dramático.

Entro no consultório e começo a explicar a historinha  toda. A cada nova coisa que eu dizia, a Dra. fazia aquela cara de "estás tão fodida". Explicou-me que seria melhor fazer exame de sangue, porque a ecografia tão cedo poderia não ser conclusiva, mas teria de esperar até ao fim do dia pelos resultados.

 

Tudo bem. Mais uma picadela, mais uma voltinha, e vai a Mia para casa aguardar pela chamada com o resultado enquanto pensa que se calhar até não é assim tão mau ter mais um monstrinho agora.

 

Três da tarde o telefone toca:

- estou, Mia? Boas notícias. Não está grávida.

- que bom, obrigada.

 

E agora estou aqui, um bocado triste, porque sei lá, sou parva.

 

 

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Marquei (finalmente) uma consulta de dermatologia para me queixar de maleitas variadas, entre as quais as belas estrias com que fiquei após a gravidez.

 

- Pois, sabe, realmente não há muito a fazer. É que isso está relacionado com o tipo de pele da pessoa, eu, por exemplo, também tenho um bebé e não usei nada a não ser creme hidratante, e não fiquei com uma única estria.

 

 

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Este até é daqueles que toda a gente fala, uma pessoa prepara-se psicologicamente e aguarda, serenamente, que o cabelo comece a cair às manadas. Passa um mês e nada. Passam dois, e nada. A pessoa acha que foi bafejada pela sorte, porreiro pá, em 9 meses de gravidez perdi literalmente três cabelos, e agora retomou a queda normal, mas que sorte. Até que chega o terceiro mês após o parto, e é a puta da loucura. Cabelo por todo o lado, é só passar a mão e caem às dezenas. Temo pelo futuro da minha cabeleira não muito farfalhuda.

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E eu acreditei, porque já sei como sou.

 

Tenho saudades de estar grávida. Tantas, que às vezes até dou por mim a acariciar a barriga e só depois me lembro que não há nada lá dentro.

Adoro o meu monstrinho, e quero aproveitá-lo ao máximo antes de pensar num eventual próximo filho. E sei que, por causa da cesariana, isso nem sequer é uma opção nos próximos dois anos, e mesmo assim dois anos de diferença entre filhos parece-me pouco até. Mas, caramba, tenho tanta vontade de estar novamente grávida que nem vos conto.

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Pequenos prazeres

por Mia, em 29.09.17

Só quem não é imune à toxoplasmose sabe a espectacularidade que é poder comer um hamburguer no McDonald's sem ter que acrescentar "sem alface e sem tomate" ao pedido.

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Só para saber

por Mia, em 28.09.17

Nota-se muito que tenho vindo a escrever posts para um dia, numa futura gravidez, vir cá ler e recordar-me de como foi este momento?

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Ou, como carinhosamente lhe chamo, o tormento.

 

 

Tudo o que o primeiro trimestre teve de mau, voltou na sua versão revista e melhorada. Azia a toda a hora e momento, cansaço, sono, dores no peito, até enjoos por vezes.

 

 

A barriga começou a pesar, e apesar de só se ter tornado mesmo grande no último mês, revelou-se extremamente desconfortável. Até as movimentações mais simples como apertar os sapatos ou tirar as calças exigiam uma certa perícia e eram suficientes para me deixar corada como se tivesse corrido a maratona. Levantar-me estando deitada também começou a ser um espectáculo giro de se ver.

 

Comecei a ter saudades do meu corpo me pertencer e não ser apenas uma incubadora. Saudades de coisas como conseguir caminhar pelo centro da cidade sem ter medo que me desse o badagaio por abusar. É estranho quando, de um momento para o outro, deixamos de conhecer os limites do nosso corpo, e coisas que dantes eram normais se tornam difíceis. Suponho que, quando começamos a ficar velhinhos, seja qualquer coisa do género. De repente, dei por mim cheia de estrias e odiei olhar-me ao espelho.

 

 

E falando em deitar, então e as noites? Um inferno. Acordar 4/5 vezes para ir à casa de banho não chegava, era preciso começar a falta de ar e vir também o calor ajudar à festa. "Estou tão desconfortável" é capaz de ser a frase que mais disse na recta final da gravidez. E estava. Não pelo bebé, que foi sempre uma paz de alma e dormia quando eu dormia. Muito raras foram as vezes em que me acordou com algum movimento, creio que era mais o contrário, o facto de eu andar às voltas é que lhe interrompia o sono. Mas a barriga pesava, era incómoda, estava calor e eu não conseguia respirar. Aliado a isto, as minhas mãos resolveram mostrar o quanto me odiavam. E acho que este foi o pior sintoma que tive em toda a gravidez. Dores tão intensas que me despertavam. Cheguei a dormir com as mãos ligadas, mas não conseguia aguentar a noite toda por causa do calor. Uma das vezes adormeci com a mão direita fechada, e de manhã não a conseguia abrir. Parecia que tinha paralisado ali, tive que puxar os dedos, um a um, com a mão esquerda, e aguentar as dores horríveis. Achava eu que isto era tudo, que sofria das mãos mas os pés estavam bem, até que um belo dia dei por mim sem tornozelos. Em vez de pés tinha patorras, e foi assustador ver-me neste estado. Em compensação, voltar a ter pés pequeninos depois do parto foi uma experiência espectacular!

 

 

Trabalhar começou a ser incómodo. Os mais de 120km de carro todos os dias, aliados às 8h quase seguidas sentada na mesma posição, começaram a dar sinal, principalmente depois de o bebé dar a volta. A pressão pélvica tornou-se intensa e as contracções começaram a ser diárias, antes das 30 semanas, um valente susto e um sinal de que estava na altura de parar. E assim fiz. No final de Maio vim para casa com baixa por gravidez de risco, e passei as primeiras semanas em serviços mínimos, a tentar que as coisas acalmassem um pouco. Às 33 semanas tive o OK para recomeçar, devagarinho, a ser uma pessoa. Nada de grandes esforços, claro, mas fui autorizada a fazer coisas básicas como ir até ao shopping (desde que não carregasse pesos) ou tomar um café fora de casa de vez em quando.

 

 

Aliado a isto tudo, os nervos começaram a atacar fortemente. Primeiro medo de um parto prematuro: será que o bebé sobrevive? Ai meu Deus que ainda nem terminei a mala. E a casa que não está pronta. E eu, eu não estou preparada para ter esta criança agora, ainda nem decidi em que hospital o vou ter, ainda nem comecei as aulas de preparação para o parto... Um drama, vocês sabem. Quando as coisas acalmaram, o medo acalmou também um pouco. Mas só mesmo um pouco. Nunca me assustou a dor de parir, mas sim o medo de não ser capaz de o fazer, de não aguentar. E gerir os nervos, enquanto se passa os dias sozinha em casa sem nada para fazer, não é tarefa fácil.

 

 

Para além disto, fui acometida de uma tristeza súbita. Não sei explicar, mas de repente aquela alegria inconsciente do segundo trimestre já não estava lá. Tive dias em que me senti miserável, outros em que chorei sem saber bem porquê. Culpo as hormonas. Lembro-me, a meio de Junho, de começar a sentir uma nostalgia imensa da minha barriga de grávida, mesmo que ainda a tivesse, mesmo que 5 minutos antes estivesse a queixar-me dela. O cérebro de uma grávida é uma montanha de cocó, às vezes.

 

 

E falando em cérebro de grávida: nunca mais na minha vida hão de me ouvir a gozar com esse fenómeno que dá pelo nome de pregnancy brain. Ele é real. De repente esquecia-me de coisas, quer fosse aquela frase que comecei e já não me lembrava do final, ou aquela consulta no dentista. O mais absurdo foi quando troquei os cartões de débito e deitei fora o novo, guardando o velho que já não funcionava. Contado ninguém acredita, mas aconteceu.

 

Os últimos dias foram verdadeiramente desgastantes. Estava cansada, gigante, inchada e com dores variadas. Ainda assim, longe de saber as saudades que teria de estar grávida.

 

O twist irónico desta gravidez: depois de tanta ameaça de parto prematuro, o puto chegou quase ao fim e não estava com vontade de sair. Por ser uma criança tão grande, acabamos por agendar a cesariana para as 39 semanas e 1 dia. Fez-me alguma confusão, mas no final, acabou por se revelar a melhor opção.

 

Em resumo, com todos os contras, nervos, dramas, e preocupações variadas, adorei estar grávida. E sei, com toda a certeza, que quero repetir e que me sentirei incompleta se não o puder fazer. Daqui a uns anos, entenda-se!

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publicado às 10:32

... pesas menos 4kg do que antes de engravidar!

 

 

 

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O parto - parte III

por Mia, em 06.09.17

(primeira parte aqui, segunda parte aqui)

 

Chegados ao recobro, volta a analgesista e diz-me: pronto, agora vamos então por o cateter da epidural. Toda eu era confusão, e por momentos duvidei da minha sanidade mental. Explicaram-me então que antes do parto não tinham conseguido dar a epidural porque tinha "entrado em vaso". Para não atrasar a cirurgia, foi-me dada uma raquianestesia. Adorava explicar-vos mais sobre este assunto mas poderia estar a dizer grandes asneiras. Correu tudo bem, apesar de nunca ter perdido a sensibilidade nas pernas não senti qualquer dor, e chegamos então ao ponto, após o parto, em que me foi colocado o cateter epidural - não sem antes me terem dado uma qualquer droga que me fez sentir bêbada, e furado mais duas vezes as costas. Nos dois dias que se seguiram, foi por aí que me injectaram a medicação abençoada que me fez sentir novamente uma pessoa.

 

 

Então e o bebé?

 

 

Estava com o pai, naquele que foi o seu primeiro colinho. Quando eu estava, finalmente, devidamente drogada e estabilizada, a parteira veio pô-lo à mama. Falarei mais sobre amamentação depois, mas para já, conto-vos que não foi mágico, não foi espectacular, nem sequer foi doloroso - isso viria a ser depois - foi só estranho. Mamou um pouco, e adormeceu, acho. Nesta altura em que escrevo as memórias já começam a ficar ligeiramente confusas. Ficamos ali, os três, inebriados pelo momento. Acho que foi a última vez que me senti incondicionalmente feliz, sem medos.

 

 

Penso que passaram horas, mas não sei quantas. Acho que estávamos no inicio da tarde quando me disseram que iria para o quarto, mas nem sei. A pediatra comentou comigo que tinha imensa gente à minha espera no quarto. Achei que ela estaria a exagerar e perguntei quanto era imensa gente, ao que ela me respondeu: umas sete pessoas. E estavam. Sete pessoas à minha espera, depois do parto.

 

Quando pesamos os prós e os contras de um parto no público vs. privado, esta questão das visitas foi imediatamente para a coluna dos contras. No privado não há limite de visitas, quase tudo é permitido, e isso nunca foi visto com bons olhos por nós. Nem sonhávamos o impacto que este factor teria no pós parto. É claro que apreciamos o carinho de todos. E no início nem nos apercebíamos do quão cansados estavamos, até começar a pesar.

 

 

Ao longo dos 4 dias em que estive internada, nunca estivemos sozinhos durante o dia. As visitas vinham e ficavam, nem que estivessem já 5 pessoas no quarto. À boa maneira portuguesa: cabe sempre mais um, e iam ficando, às vezes por horas. Entretanto todos queriam pegar no bebé, falava-se alto, deixava-se aberta a porta que fazia corrente de ar. Entre sacos e embrulhos, flores, balões, duas camas, um berço, um cadeirão, e todas as visitas, aquele quarto começou a sufocar-me. Na segunda noite, fritei.

 

 

Comecei a ter dores, e a medicação de 4 em 4 horas já não estava a ajudar o tempo todo. O enfermeiro de serviço demorou, porque havia uma outra mãe a precisar de assistência. Não tinha a certeza de que estivesse a fazer um bom trabalho com a amamentação: tinha os mamilos em sangue e o miúdo não urinava desde a noite anterior. Não tinha pregado olho o dia todo, e o cansaço começava a abater-se sobre mim. Entrei em desespero.

 

 

Quando o enfermeiro chegou, eu chorava que nem um bebé.

Sentou-se comigo e falamos. Pediu que lhe explicasse o que me atormentava. E uma por uma, fomos desmontando todas as minhas dúvidas e incertezas. A sensação de medo e desespero ainda está tão presente que me custa sequer pensar nessa noite. No dia seguinte, vi-me forçada a pedir ajuda para limitar as visitas. Tirei o som ao telemóvel, deixei de responder a mensagens, pedi que não viessem ao hospital. Ainda assim nem toda a gente respeitou, e continuamos a ter visitas non-stop até ao ultimo minuto que lá passamos. Literalmente - houve um grupo de familiares que insistiu para nos vir ver ao hospital na tarde em que iríamos para casa. Mesmo eu tendo pedido para não virem, fui ignorada e lá apareceram.

 

 

Quando, no primeiro dia, me disseram que teria que ficar quatro dias internada, não fiquei agradada com a ideia. Queria ir para casa e começar a nossa vida a três o mais rapidamente possível. Mas confesso que, à medida que o tempo foi passando, comecei a stressar com a ideia de deixar o hospital. É tão fácil estar internada: temos uma campainha na cama e enfermeiros especializados à distância de um toque. Qualquer dúvida é prontamente esclarecida, e a rede de segurança está sempre ali. Mas em casa não.

 

Gostava de dizer que sou uma pessoa corajosa e sem medo de nada, mas a verdade é que ao segundo dia, a ideia de deixar o hospital aterrorizava-me, e mentiria se dissesse que não me passou pela cabeça a hipótese de pedir mais uns dias de internamento. Mas fomos para casa. E não foi fácil. Tem melhorado, mas não foi o mar de rosas que eu esperava. Se calhar se tivesse tido a criança num hospital pior, com menos condições ou com um mau atendimento a coisa teria sido diferente. Mas não tive, não tenho razão de queixa do hospital, acho que correu tudo muito bem, mesmo as coisas que poderiam ter corrido mal. E a partir daqui é connosco, desejem-nos boa sorte!

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Tréguas.

 

Foi, sem sombra de dúvida, o melhor da gravidez.

De repente, o meu corpo era meu outra vez. Podia comer sem enjoar, a azia deixou-me, já conseguia funcionar o dia todo com os olhos abertos em vez de andar a cair pelos cantos, que maravilha!

 

 

É claro que, ultrapassado o medo inicial, questões mais futeis surgem, e de repente dei por mim a sentir mais a falta daquele copo de vinho, de uma barrigada de sushi, de comer uma salada fora de casa ou até mesmo de presunto - nunca adorei de paixão, mas acho que houve momentos em que matava por melão com presunto.

 

 

Depois, aquela parte gira de contar a toda a gente. Começamos pela família e amigos chegados. Alguns já suspeitavam, outros foram completamente apanhados de suspresa, mas todos reagiram com entusiasmo. Contei a um amigo que nunca mais me falou. Contei às minhas colegas de trabalho, e nunca fui tão apaparicada em toda a minha vida. Contei-vos, e desde então este tasco virou praticamente um baby-blog (desculpem qualquer coisinha!). Ao completar os quatro meses, decidi que estava na hora de contar ao mundo - porque estava farta de esconder, porque não queria ter que contar no emprego, um a um, e acima de tudo porque achei que tinha que enfrentar o meu medo que corresse mal - por isso dei a novidade no facebook.

 

 

Com o segundo trimestre chegou também a minha parte preferida: preparar o enxoval. Fiz a eco das 13 semanas no início de Fevereiro, e no dia seguinte comecei a fazer compras. Ele continuava em viagem, eu tinha um cartão de crédito e estavamos ainda em época de saldos. Agora pensem.

 

Fiz listas infinitas, corremos os restos dos saldos de ponta a ponta. Os três meses que se seguiram foram a verdadeira loucura: compramos roupa, acessórios, móveis. Transformamos o quarto da tralha em quarto do bebé, e o quarto de hóspedes no quarto da tralha. Mais para o fim do trimestre, começamos a lavar e a passar roupa, e partilhei convosco as minhas dúvidas e aquisições.

 

Mas a loucura não foi só nossa! As avós entraram em baby-mode e era raro o fim de semana em que não tinham qualquer coisa para o menino. Família, amigos e até blogo-tias, todos contribuiram com algo, e eu que sou uma pessoa tão fria vi-me envolvida numa onda gigante de carinho. Até mesmo pessoas da nossa infância: aquela senhora velhinha que já raramente vemos mas andou connosco ao colo, a amiga da mãe, a tia da avó, a prima afastada, sei lá... todas essas pessoas tinham um miminho: alguém bordou uma fralda, uma toalha, um babete... há quem tenha feito um casaco, uns carapins, uma manta. O armário do meu filho conta neste momento com 18 mantas, e eu comprei apenas uma. Temos toalhas para ele usar até chegar à faculdade, não conseguiremos, de forma alguma, usar todos os casaquinhos que nos tricotatam, e creio que é humanamente impossível um bebé gastar tantas fraldas de pano como as que nos deram. Mas acima de tudo, temos o coração a transbordar de amor.

 

 

É claro que houve incómodos, há sempre. Comecei a "respirar alto". Ouvi bocas foleiras. Senti-me gorda, enorme, gigante, irritada e impaciente, mas também estupidamente feliz.

 

 

E depois um dia ele mexeu-se. A bem da verdade, ele já se mexia desde sempre, eu é que não o sentia. Mas depois de começar, oh, desde aí tudo foi melhor.

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O parto - parte II

por Mia, em 01.09.17

(primeira parte aqui)

 

Tinham-me avisado que seria muito rápido. A parteira tinha combinado com o pai que quando estivesse mesmo quase avisaria para ele fotografar o relógio, e em menos de nada lá vinha o aviso: pai, é agora! Não consigo descrever a emoção de saber que o meu filho ia nascer naquele instante. De repente não havia medo de nada.

 

Mas a coisa não estava fácil.

 

Toda eu abanava com o esforço que estava a ser feito para puxarem o bebé - sempre sem qualquer tipo de dor - e não acontecia nada. Olhei para ele e estava pálido. Perdi a conta ao número de vezes que perguntei "estás bem?" e ele dizia que sim, mas eu via-lhe a preocupação nos olhos. Naqueles segundos que pareceram horas, continuava o esforço e o bebé não queria sair. Vi a obstetra fazer sinal a uma das pessoas da equipa, e de repente tinha uma pessoa em cima de mim, a fazer pressão abaixo do peito para empurrar o bebé. Soube mais tarde que foi também necessário recorrer a uma ventosa porque a coisa estava mesmo difícil, e que o pai se apercebeu de tudo, daí o pânico. Mas nem tive percepção do que aconteceu.

 

 

Tenho quase a certeza que o mundo parou por um segundo quando o ouvi chorar pela primeira vez.

 

 

Não chorei, talvez porque o choro fosse uma emoção tão banal quando comparada com a grandiosidade desse momento, mas o que senti foi tão indescritível que não hei de conseguir nunca explicar.

 

 

Do lado de lá da barricada, ouvia-se: "que grande!", e "oh que nenuco!". Mas quando chegou ao pé de mim, a única coisa que consegui dizer foi: é tão pequenino. Encostaram-no à minha cara por uns segundos, e voltaram a levá-lo. Era preciso limpar, pesar, medir, vestir. O pai estava completamente abananado, de sorriso no rosto, e foi preciso dizer-lhe "vai com ele!" para que reagisse. E foi. Lá foram os meus dois homens, enquanto eu era cosida.

 

 

A pediatra voltou num instante e informou-me que estava tudo bem com o bebé, um rapagão de mais de 4kg com uma cabecita tão grande que "nunca na vida sairia por baixo". Acho que só aí senti validada a minha opção de fazer uma cesariana. Foi a melhor opção. Tomamos a melhor decisão, por todos.

 

 

Estava tão em paz, tão feliz, que até dormi um bocadinho.

 

 

Naquilo que me pareceu um instante, ouvi dizer do outro lado: Mia, já está, já vai para o recobro. Trouxeram-me o meu filho - o meu filho, que coisa tão incrível - e lá fomos, os três.

 

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Olhando para trás, acho que a palavra que melhor definiu esta altura foi medo.

 

Soube ainda antes das 4 semanas, mas optei por não contar a quase ninguém até fazer a eco das 12 semanas - ou no meu caso das 13 semanas e 4 dias (penso eu). Acho que nem me permiti ficar feliz até essa altura. Aliás, se for completamente honesta, acho que não me permiti nunca em toda a gravidez ficar completamente feliz.

 

 

Logo no início, um pequeno susto: acordei a meio da noite cheia de dores de barriga. Teria umas 5 semanas de gestação, e entrei em pânico absoluto. Fiquei na cama agarrada à barriga, com a certeza de que tinha acabado ali. Estava certa de que assim que fosse ao quarto de banho veria uma hemorragia intensa, e foi preciso toda a minha coragem para ir. Tudo normal. Não se passava nada. Ele perguntava-me se eu queria ir ao hospital, mas naquele momento parecia-me absurdo fazê-lo. Ainda era cedo para procurar um batimento cardíaco, e não tinha mais sinais. Podia perfeitamente ser uma dor de estômago, intestinos ou outra coisa qualquer dentro do género - e provavelmente foi. Deitei-me novamente e senti o pânico a apoderar-se de mim. Nervos, calor, tonturas. Procurei controlar a respiração enquanto massajava a barriga e acalmei-me. Dias depois, na consulta das 6 semanas, vimos um coraçãozinho a bater.

 

 

Apesar de me ter sentido inchadíssima desde o início e achar que toda a gente notava, agora olhando para as fotos isso parece-me absurdo. O único sinal bem visível desde o início foi a minha cara: inchada e cheia de acne, tão invulgar em mim.

 

 

Às 10 semanas comprei as minhas primeiras calças de grávida, que me acompanharam até ao fim. Tive a sorte de não engordar no rabo ou nas pernas, mas nessa altura as calças normais já começavam a apertar a barriga, e o medo de estar a apertar a criança falou mais alto. Apesar de ter mentalmente decidido só começar a comprar coisas para a gravidez e para a criança depois do primeiro trimestre, tive que ceder aqui. Esta atitudezinha de merda também me fez fazer algumas borradas, como foi o caso da prevenção das estrias, tema sobre o qual vos falei aqui, e que acabei por pagar bem caro.

 

 

Agora à distância não me parece que tenha sido um primeiro trimestre terrível, mas sei que não foi fácil. Lembro-me de ter enjoos todas as noites, apesar de não ter vomitado uma única vez. O cheiro do chocolate dava-me náuseas. Em compensação, uma vez comi um prato cheio de brócolos - que odeio - e soube-me maravilhosamente bem.

Sempre adorei comer, e com a gravidez a comida deixou de me satisfazer. E nunca mais voltei ao normal, mesmo após o parto. Contam-se pelos dedos das mãos as vezes em que me apeteceu mesmo alguma coisa, a maior parte das vezes comer era só uma necessidade - falei disso aqui, e de como a fome era algo que aparecia subitamente. A azia também foi presença constante neste primeiro trimestre. De manhã, à tarde, à noite, só me abandonou por momentos no segundo trimestre, mas voltou a ser a minha fiel companheira desde o início do terceiro até ao final.

 

 

O cansaço nos primeiros meses tomou conta de mim. Para além de grávida, o primeiro trimestre coincidiu com um pico de trabalho, e não foi fácil. Ninguém te dá abébias quando não sabem que estás grávida, por muito cansada que estejas. Bastava-me encostar uns minutos para adormecer. A par disto, tínhamos acabado de mudar de casa, era inverno, estava frio e chuvoso, a nossa vida estava encaixotada e não tínhamos aquecimento. Nessa altura ele viajava praticamente todas as semanas, e eu tive momentos em que me senti desamparada e miserável. Também o meu sistema imunitário se ressentiu, e fui brindada com uma úlcera na córnea. Os dentes, sempre tão amigos das grávidas, também não me abandoraram, e tive direito a alguns dissabores, como bruxismo, gengivas rebentadas, e mais tarde até mesmo dentes a abanar. Foi giro, pá!

 

 

Passada a eco das 9 semanas e ultrapassado - se é que alguma vez se ultrapassa - o trauma anterior, a gravidez começou a parecer-me real. Permiti-me respirar - às vezes - e pensar num final feliz. Tinha a certeza que esperava uma menina, e não poderia estar mais enganada. Quem disse que a intuição de mãe não falha???

No final do primeiro trimestre fui fazer análises e rastreio bioquímico. O resultado não tardou, mas os números, sem a ecografia, não servem de nada, por isso mais um camadão de nervos. Enquanto esperava pelo dia da consulta, ia olhando de lado os panfletos que me tinham dado no hospital sobre amniocentese e harmony, e opções caso o resultado não fosse bom. Nervos infinitos, sabeis lá.

 

 

Finalmente chegou o dia. Ele estava em viagem, por isso a minha mãe acompanhou-me. E correu tudo bem. Não só vimos um bebé perfeito e saudável, como ficamos a saber que vinha aí um rapazinho. E a partir daí começou a melhor parte... e todo um conjunto de preocupações novas!

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O parto - parte I

por Mia, em 29.08.17

Estava agendado, seria uma cesariana, e apesar de normalmente toda eu ser nervos, consegui manter-me relativamente calma até ao dia, tendo dormido bem na noite anterior e tudo. Estava cansada de estar grávida, ainda que não estivesse naquela ânsia de conhecer o pequeno. Tinha tempo.

 

 

No dia acordei e demorei o meu tempo a arranjar-me. Escolhi a roupa de saída do hospital, tirei as últimas fotografias à barriga, tiramos as últimas fotografias a dois, e acho que só aí os nervos começaram a atacar. Ele reclamou que eu estava a demorar muito tempo com as fotografias, e eu desabei a chorar, ainda em casa, sem que nada o fizesse prever. Só aí me apercebi que se calhar os nervos me iam atraiçoar.

 

Chegamos ao hospital um pouco depois da hora marcada. Zero contracções, zero dores, parecia uma visita social - só que não era. Fizemos a admissão e partimos para o bloco. Choraminguei quando a obstetra chegou e me abraçou, contente, e disse: é hoje! Choraminguei quando vestia a bata. Choraminguei enquanto dobrava a roupa e separava as primeiras roupinhas do bebé. Choraminguei quando me puseram o cateter no pulso... Enfim, acho que conseguem ter uma ideia do quão choramingas eu estava nesse dia. Ainda assim, não me sentia nervosa. Deitei-me, e partimos para o bloco.

 

 

Apesar de o pai poder assistir à cesariana no hospital que escolhemos, a epidural é apenas com a mãe, por isso levaram-no para se vestir para o parto e nesse momento fiquei sozinha pela primeira vez. A equipa médica era enorme e muito simpática, e estiveram sempre a conversar comigo e a tentar manter-me calma. A analgesista explicou-me, passo a passo, o que iria fazer, e foi-me guiando sobre que posição assumir para que a epidural fosse dada com sucesso. Senti dores, muitas dores, quando começou a apertar-me as costas e os flancos, mas mais dor ainda quando mencionou que eu estava "um bocadinho gordinha e era por isso que custava tanto a encontrar o sítio". Facada no meu coração. Senti dores variadas durante uns minutos. Percebi que algo não estava a correr bem,  mas a coisa acabou por avançar. Avisei que me sentia normal do lado direito e apenas um ligeiro formigueiro do lado esquerdo. Fez-se qualquer coisa. Fui dizendo o que sentia, mais daqui, menos dali, agora comichão, agora as pernas pesadas, agora sei lá eu, e de repente estavam a deitar-me e a preparar todo o estaminé para a cirurgia. De repente, uma onda de calor, nervos, e aquela sensação que conheço tão bem:

 

 

Vou desmaiar.

 

 

Avisei, e em menos de nada, estava de cabeça baixa e a receber oxigénio. Confirmei que estava bem, e quando dei conta já sentia que estavam a começar, mas... e o pai???? Paniquei um bocado, queres ver que me tiram a criança e ele nem está aqui ainda? Mas esteve. Sentaram-no ao meu lado, vinha com ar apreensivo. Passei o tempo todo a perguntar-lhe se estava bem, ele dizia que sim mas não enganava ninguém.

 

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Não tenho coragem de dizer isto a ninguém, porque não quero juízos de valor, porque não quero que me enumerem as coisas boas que a vida tem, porque talvez verbalizar este receio o faça ser mais real. Mas posso dizer aqui, que ninguém nos ouve, baixinho. Sei que não contam a ninguém. Tenho medo de ter uma depressão pós parto.

 

 

Sei que a vida é bela. Sei que tenho muita sorte, que correu tudo bem mesmo quando podia ter corrido mal. Que tenho um bebé espectacular, saudável, calminho e lindo nos braços. Que tenho ao meu lado um homem que não é perfeito mas anda lá perto. Que estou a recuperar bem. Que tenho família, amigos. Que tenho saúde. Que a vida me corre bem. Então porque me sinto assim?

 

 

Quando, ainda no hospital, desabei a chorar na segunda noite, culpei as hormonas. Conversei com os enfermeiros. Culpei o baby blues, as dores, as drogas, os mamilos em sangue, o cansaço, o excesso de visitas. As coisas melhoraram, mas não voltaram ao normal - será que algum dia voltam?

 

 

Estou a ter problemas em ajustar-me. Há uma parte de mim que paralisou, sinto que há momentos em que não sou uma pessoa, e nunca estou plenamente feliz, mesmo sem entender porquê. Não consigo deixá-lo sozinho mais do que uns minutos sem entrar em stress. Não consigo não acordar quando ele acorda, ainda que o homem se ofereça para tratar de tudo, não consigo. Não consigo descansar plenamente. Não consigo fazer nada sem a sensação de tempo contado e limitado ou o peso da culpa por não estar com o bebé. Sei que é normal, ele tem pouco mais de duas semanas, sei que é suposto eu viver para ele nestes primeiros tempos, mas tenho medo de me afundar nesta pessoa que estou a ser.

 

 

Os números não enganam, a depressão pós parto afecta 10 a 20% das mulheres. Normalmente é diagnosticada quando o blues inicial se prolonga para além do primeiro mês. Mas por outro lado este estado depressivo inicial é "suposto" durar duas semanas, dizem os livros, não mais do que isso. Então porque me sinto assim?

 

 

Tenho histórico depressivo na minha vida. Há alguns anos deixei-me afundar até um ponto ao qual nunca mais quero voltar. Fiz terapia, e retorno sempre que sinto que posso estar a pisar a linha que me separa do saudável. Não tenho vergonha de admitir que precisei - e ainda preciso, às vezes - de ajuda, e que a procuro. Mais do que isso, tenho orgulho em saber assumir essa necessidade e levantar a mão. Ainda assim, não consigo compreender este sentimento. Fico triste e enraivecida por me sentir desta forma numa fase que é tudo aquilo com que sempre sonhei. Revolta-me esta tristeza que baixou em mim num momento que deveria ser tão feliz. E tenho medo do que virá por aí. Tenho muito medo.

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Da bonança depois da tempestade

por Mia, em 15.08.17

A “rainbow baby” is a baby that is born following a miscarriage, stillbirth, neonatal death or infant loss.In the real world, a beautiful and bright rainbow follows a storm and gives hope of things getting better. The rainbow is more appreciated having just experienced the storm in comparison.

 

IMG_8279.JPG

 

 

Bem vindo, meu "pequeno" arco-íris

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Aquela amiga que liga e:

por Mia, em 04.08.17

- Então, está quase! estás nervosa?

- Não.

- Deves estar com tanta ansiedade, não?

- Nem por isso, para já estou calma.

- Imagino, deves estar mesmo ansiosa.

- .... (dizer o quê?!)

- Tens passado bem?

- Sim, só ando com algumas insónias.

- Pois, é dos nervos, de certeza.

 

 

Pronto, então está bem.

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Embirrações

por Mia, em 03.08.17

Sabem aquelas pessoas que se referem aos seus filhos como "o meu Manel" ou "a minha Joaninha"? Sempre "o meu..." antes do nome da criança? Enervam-me. Muito. Mas mais do que isso, enerva-me quando fazem isso com o meu filho, e se referem a ele como "o meu X". Ainda hoje ouvi a frase: "ai nem acredito que dentro de dias vai nascer o meu X" e fiquei piursa, fico sempre. Como lhe explicar que o puto é meu e não dela?!

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"a tua barriga está imensamente descaída, isso está mesmo quase"

e

"ui, ainda demora, tens a barriga tão subida!"


Decidam-se.

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Toda a minha vida quis ser mãe. Mas não só. Ser mãe não me chegava, toda a minha a vida quis estar grávida. Como é possível querer tanto algo do qual temos tanto medo? Não se explica.



Uma das maiores angústias da minha existência sempre foi não saber se conseguiria cumprir este objectivo. Porque conheço de perto outras realidades: quem tenha adoptado, quem tenha tido necessidade de recorrer à fertilização in vitro, quem tenha desistido, quem nunca tenha tido a mínima hipótese. Nunca tomei como garantida a hipótese de ser mãe.

Não sei se vai correr tudo bem daqui para a frente - tenho fé que sim - mas sei que sou mãe. Que tenho o meu filho na barriga há nove meses, que com todos os seus altos e baixos, esta foi a melhor experiência que vivi.



Não sinto que tive que ser eu a ter a criança. Não sinto qualquer tipo de rancor pelo facto de ter que ser eu a fazer o trabalho duro, e ainda que brinde o paizinho da criatura com comentários do tipo "o que é que me foste fazer?!?!" ou "a tua parte foi fácil, foram dois minutos de diversão", acho que é bastante óbvio que estou a brincar.



Ainda que vos tenha desfiado aqui todos os podres desta bela fase (alguns, vá), acho que não há necessidade de vos contar aquelas coisas que toda a gente sabe e que nos impingem nos livros de grávida: é incrível. Se foi fácil? Não foi, não está a ser. Não é suposto ser, acho eu. Mas valeu a pena - já valeu completamente a pena, mesmo que ainda não o tenha nos braços. E isso é espetacular.

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Ainda sobre o agendamento do parto

por Mia, em 28.07.17

Há algo de tão frio e pouco natural nesta coisa de escolher o aniversário de um filho, que me deixa imensamente triste.

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