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Digam-me lá, como é que vocês sobrevivem a um fim de semana normal? Não quero ser chata nem nada, mas tipo... passaram dois dias. 

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publicado às 23:50

Noção, precisa-se

por Mia, em 04.01.20

Na fila para as caixas self-service do Ikea, aguardava pacientemente a minha vez, com um artigo na mão. Quatro caixas activas, todas ocupadas, um casal à minha frente, mais duas pessoas atrás de mim a formar fila, no espaço denominado "Fila única". Uma caixa fica vaga e o casal avança. Dou um passo em frente, para ocupar o lugar na frente da fila. Nisto vem um homem com duas crianças, da zona das caixas com operador, passa à minha frente e coloca-se no centro de todas as caixas. Uma caixa vaga e o miúdo que está com ele dirige-se à caixa:

- Esta está livre! - e carrega no botão "iniciar compra".

 

Avanço em direcção a eles:

 

- Desculpe, o senhor passou-me à frente - pouso o meu artigo na caixa e começo a registar a minha compra.

- Não faz mal, eu tenho tempo - e permanecem ali, os três, pai e dois filhos, ao meu lado, enquanto faço a minha compra.

 

Ora vamos lá ver se consigo  não me enervar muito:

 

O que leva uma pessoa a ignorar por completo uma fila de três pessoas e a simplesmente passar à frente de todos?

"Não faz mal, eu tenho tempo"?!?!?!?!?! Oi? E que tal um: "desculpe lá qualquer coisinha"???

Funcionários do Ikea? Hello? Intervir nestas situações era fixe.

E a falta de noção que é ficarem ali ao meu lado, como se fossemos todos parte da mesma família?

Ninguém, nem uma única pessoa da fila, se queixou além de mim. WTF, pessoas?!

 

 

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Da falta de civismo

por Mia, em 06.11.18

Chegar ao shopping e naqueles lugares reservados a famílias (que são mais largos para podermos passar com ovo/carrinho/todo o arsenal que uma criança acarreta) está.... um smart!

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Gente

por Mia, em 14.03.18

Não raras vezes, recebo aqui comentários ou e-mails que começam com: eu não sou mãe, mas....

 

Enerva-me esta merda do "tu não és mãe, não podes falar". O tanas. Agora já sou mãe, já posso ter opiniões, certo?

 

É óbvio que a nossa opinião sobre alguns assuntos muda com a maternidade. Só pessoas burras não mudam com o tempo e com as suas vivências, chama-se maturidade, experiência, crescimento. Sim, as mães falam muitas vezes com conhecimento de causa. Mas também falam muitas vezes com palas nos olhos.

 

Acho, muitas vezes, mais sãs algumas mulheres que não são mães do que outras com paletes de filhos. Quem não os tem, tende a ver as coisas de forma mais objectiva e menos emocional, e por vezes isso é o que precisamos - perspectiva.

 

Posto isto, já sabem: mães, não mães, pessoas que adoram criancinhas, pessoas que as odeiam, gente que quer ter filhos e pessoas que não querem nem pensar na ideia - todas as vossas opiniões são válidas aqui no tasco.

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Então e dentes?

por Mia, em 12.03.18

Nada. Zero. Nicles. Nem sombra.

 

C'órror, uma criança de sete meses sem nem meio dente para mostrar, ainda por cima diziam todos que ia ser tão precoce e ter dentes aos três meses. Oh well.

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Às compras, encontro uma colega de trabalho. Para quem não sabe, eu e o homem trabalhamos juntos cerca de 7 anos, portanto os colegas de trabalho conhecem os dois. Fomos então cumprimentar a colega, e levávamos o monstrinho connosco. De imediato, sorriu para ela.

 

- É tão simpático! Também não tinha a quem sair antipático.

Ao que eu respondo aquela graçola básica:

- Ora, podia ter saído ao pai.

 

Silêncio.

 

Cara séria.

 

Levantar de sobrancelha.

 

 

Ok, não foi a piada do ano - nem era para ser - mas caramba. Era a brincar. A BRINCAR.

 

Já me tinha esquecido deste sentido de humor... peculiar, chamemos-lhe asim, das pessoas com quem trabalho. Voltar vai ser tão difícil.

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E depois ela disse

por Mia, em 20.02.18

Este bebé é tão fácil que se educa sozinho, olha o que te digo.

 

Como se não houvesse aqui horas, dias, semanas, investidos em criar rotinas, incentivar bons hábitos. Como se não tivesse devorado mil livros sobre o tema para conseguir entender o meu filho e guiá-lo pelo melhor caminho. Como se fosse tudo sorte, um acaso, uma criança que nasceu ensinada.

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Marquei (finalmente) uma consulta de dermatologia para me queixar de maleitas variadas, entre as quais as belas estrias com que fiquei após a gravidez.

 

- Pois, sabe, realmente não há muito a fazer. É que isso está relacionado com o tipo de pele da pessoa, eu, por exemplo, também tenho um bebé e não usei nada a não ser creme hidratante, e não fiquei com uma única estria.

 

 

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Numa festa de aniversário, enquanto se corta o bolo, alguém comenta que o monstrinho daqui a uns meses já comerá também bolo, ao que o pai responde: Não. Não tencionamos dar-lhe qualquer tipo de açúcar refinado antes dos dois anos.

 

Meus amigos. Isto que vos vou contar pode parecer um exagero, mas afianço-vos que é um retrato fiel do que se passou.

 

Houve gritos, houve amuos, houve cara feia. Toda uma mesa em alvoroço. A expressão "coitadinho do menino" saiu das mais diversas bocas. Argumentos como "tu lá podes controlar o que a criança come" ou até mesmo a ameaça "não come açúcar? Vais ver se não come açúcar." foram proferidos.

 

A ver se a gente se entende. Há algum motivo válido para uma criança comer açúcar? Juro que se me derem um, unzinho que seja, eu reconsidero. Até lá, não obrigada.

O açúcar - e quando falo em açúcar aqui refiro-me aos bolos, chocolates, rebuçados, sumos, e afins, e não ao açúcar que obtemos naturalmente através dos alimentos - não tem qualquer vantagem para as crianças. Não tem valor nutricional. Cria vício. Faz mal aos dentes. Fomenta a obesidade infantil. Torna as crianças mais hiperactivas. Cria maus hábitos.

 

Coitadinho do menino.

 

Coitadinho porquê, mesmo? Porque tem pais que se preocupam com ele? Uma criança que desconhece o que são doces, não vai sentir falta. Quanto mais tarde introduzirmos este veneno na alimentação dos nossos filhos, mais provável é que eles aprendam a gostar de coisas mais saudáveis.

Quando um adulto dá um doce a uma criança, não o faz pelo miúdo, fá-lo por egoísmo. Porque a criança vai gostar, e estará assim a "comprar" o seu afecto. Porque não ganhar esse afecto de outra forma, por exemplo, sei lá, brincando com ele?

 

Estes casais modernos têm todos as mesmas manias.

 

Hum, pergunto-me se haverá um motivo para isso. Será porque temos hoje mais informação do que havia há 30 anos atrás? Será porque estas manias têm algum fundamento?

 

Mas tu lá consegues controlar o que a criança come!

 

Como assim?! Por onde andará o meu filho de dois anos, que eu não terei controlo sobre o que ele come? Na creche não entra comida do exterior. Em casa eu controlo, obviamente, as refeições. Em casa de familiares eu estou por perto, ou deixarei indicações sobre como alimentar a criança. Francamente, se isto não é má vontade, não sei.

 

E perguntam vocês, então mas esta argumentação ajudou em alguma coisa?

Nicles.

Zero.

Niente.

Nada.

Entrou por um ouvido, saiu pelo outro. Somos maus pais porque não queremos dar bolinhos ao menino. Antevejo aqui um grande problema no futuro.

 

 

 

 

Ah, e em resposta à ameaça do "vais ver se não come açúcar", o meu homem saiu-se com esta: "dás-lhe uma vez e garanto que não dás a segunda", grande orgulho.

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Em casa de familiares, acabei de trocar a fralda ao miúdo, e prestes a vestir-lhe o pijama, estando o bebé apenas com a fralda e o body interior vestidos. Normalmente quando vamos a algum lado de noite levo o pijama e um casaco quentinho, e assim ele adormece no carro e já só acorda de manhã. Estava então a meio do processo quando o dono da casa entra no quarto, olha para ele e diz:
- Mas que bem que ele está!


Sorrio. Insiste.


- Mas que bem que ele está assim de perna ao léu!


Sorrio. Continua.


- Que bem que ele está, assim é que ele havia de andar sempre!


Tento ignorar a crítica implícita à forma como visto o meu filho, e sorrio de novo. Insiste.


- Assim é que ele devia andar sempre!


Não aguento ficar calada e respondo:


- Estão 10 graus lá fora!


wtf.

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Bebé em contacto com um cão pela primeira vez. Tudo muito bem, tudo muito pacífico: o cão saltitava para tentar ver o puto e ele ria-se. Mas que bom, Mia, a criança a habituar-se a animais, que giro, que fofo - não é?
Então alguém me explique a necessidade de vir uma pessoa ao pé da criança dizer-lhe: ai que o au au vai-te dar uma trinca!


É coisa que me tira do sério. Criticam-se as crianças que são medrosas: que fogem dos cães e dos gatos, que têm medo do escuro, que não largam as saias  da mãe. No entanto, da mesma boca de onde saem essas críticas saem frases como "o au au vai-te dar uma trinca", "o papão vem aí para te roubar os soluços" e "a tua mãe vai-se embora e tu ficas aqui comigo". Não me chegava ter que educar a criança, ainda tenho que desfazer todas estas ideias de merda que me metem na cabeça do puto?!

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Pessoa está com o bebé ao colo e eu aproximo-me. O monstrinho abre um grande sorriso, eu sorrio de volta e afasto-me ligeiramente - tento dar algum espaço para que se habitue a outros colos que não sempre o meu. Bebé, imediatamente começa a choramingar e a atirar-se na minha direcção. Eu começo a falar com ele, sem lhe pegar, para que perceba que estou ali, só não estou com ele ao colo. Monstrinho começa a chorar "a sério" e sempre a tentar atirar-se para cima de mim. O que faz uma pessoa normal, ao ver que uma criança quer ir ao colo da mãe e a mãe está mesmo ali ao lado? Passa-a à mãe, ou agarra-se a ela à força toda, deixando-a chorar desalmadamente até que a mãe seja forçada a tirar-lhe o puto? Pois.

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publicado às 07:48

Não importa para nada o bem estar do bebé. Precisa de dormir? Tem fome? Quer ir ao colo da mãe? Irrelevante. O que importa é pegar-lhe, é brincar com ele, é mostrá-lo a toda a gente. Que se lixe se para isso temos que o acordar, se se adia a mama, se a criança chora, desde que as vontades sejam satisfeitas e o ego esteja quentinho, está tudo bem.

 

Não me lixem, esta merda não é amor, é doença.

 

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Aquela familiar idosa que sabe tudo, mas depois vamos dar com ela a "embalar" o menino dentro do carrinho, movimentando-o para trás, e contra a parede... para trás, e contra a parede...

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publicado às 08:00

Cenário: jantar de família, monstrinho acordado há horas a socializar com todos e a passar de colo em colo enquanto distribui sorrisos, até que começo a notar-lhe os sinais de cansaço: coçar os olhos, bocejar constante, ar de quem fumou umas ganzas potentes. Pego nele e aconchego-o deitado no meu colo, chupeta na boca, festinhas na testa, e ele começa a fechar os olhos e a adormecer quase imediatamente. Acto contínuo:

 

- Estás a adormecer o menino?!

- Sim.

- Porquê??

 

*faço de conta que não ouvi*

 

- Para que é que estás a adormecer o menino? Se ele quisesse dormir dormia!

 

*viro costas e saio*

 

 

Alguns dirão que a maternidade me deixou mais mal educada. Claramente são os que não sabem o que me apeteceu dizer nesse momento, caso contrário entenderiam que sair foi a atitude mais polida que alguma vez poderia ter tido.

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Ter que mentir à família porque estão todos doentes com uma virose contagiosa e não queremos correr riscos com o monstrinho, mas se dissermos a verdade sobre o motivo pelo qual esta semana não estaremos com eles temos quase a certeza que não só aparecerão cá em casa para o ver, como passarão a omitir-nos quando estiverem novamente doentes.

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Aquele familiar que antigamente nem ligava se passávamos muito ou pouco tempo lá em casa, e agora fica ofendido porque, depois de já lá termos feito uma refeição durante a semana, no domingo passamos por lá apenas para uma visita "rápida" de mais de uma hora. Sendo que fica a 40km da nossa casa. E o homem trabalhava no dia seguinte. E ainda não tínhamos parado desde essa manhã. E o puto estava meio adoentado. Mas sim, é um ultraje não lhe termos dedicado mais tempo, pois claro. Problema de fácil resolução: se as visitas rápidas ofendem, acabam-se as visitas, de todo.

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publicado às 06:31

Aniversário de família, mais de 20 pessoas na sala, bebé a dormir há horas e todos em pulgas para que ele acordasse. Alguma vez viram pessoas GRITAR os parabéns? Eu também não, até esse dia. Não se pouparam esforços para acordar "sem querer" esta criança, e quase que aposto que, houvesse panelas por perto, e tinham andado a bater com elas.

 

Ele? Nem pestanejou.

Riqueza da sua mãe.

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publicado às 07:54

Pessoa com o puto ao colo sai-se com esta pérola:

- tens que o libertar da fralda.

 

say whaaaat???

 

E continua:

- tens que o libertar da fralda. Alargá-la para ele estar mais à vontade.

 

*Mia revira interiormente os olhos, sorri, e:*

 

- não posso fazer isso, senão em menos de nada ele tem cocó até ao pescoço.

- e pronto, deixa-o fazer. Melhor assim.

 

 

Melhor. Assim.

Porque toda a gente sabe que dormir numa caminha de fezes é do melhor para a pele do bebé.

Sorrir e acenar, Mia. Sorrir e acenar.

 

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Cenário: bebé com dias de vida, nós em casa há literalmente três dias. Eu inundada de hormonas e baby blues, ambos com forte privação de sono, exaustos, visitas non-stop num entra e sai frenético. Não tínhamos passado nenhum dia ainda sozinhos os três, uma loucura.

 

Pessoa liga e comunica que vem passar três dias cá a casa: domingo, segunda e terça. Por circunstâncias várias, o homem não tem coragem de dizer que não e avisa-me do sucedido. Se eu estava mal, pior fiquei. A perspectiva de ter o meu lar invadido por uma visita que não vai embora por três dias aterrorizou-me. Só queria paz e sossego, fechar todas as portas e janelas e fazer de conta que não está ninguém em casa. No dia seguinte, consulta de rotina, e eu com as tensões nos píncaros. Passa mais um dia, e a coisa repete-se. Análises de urgência, horas no hospital, para se constatar o que eu já sabia: tudo bem comigo excepto os níveis de stress absurdamente elevados.

 

O homem panica, ganha tomates e liga a dizer que não dá. Que não pode ser, que não estamos em condições de ter hóspedes, que eu preciso de paz. Situação chata para todos, um ambiente de merda, mas passa. Combinamos jantar na segunda cá em casa, para compensar.

 

Chega domingo, e pessoa vem visitar. Tudo muito bem, terminada a visita, vai o homem levá-la à porta e sai-se com esta: pronto, então amanhã venho jantar e fico cá a dormir para terça. Tunfas. Assim, enrabado a frio. E como se diz que não neste momento? Não se diz. Leva-se com um hóspede em casa. Aguenta-se dois dias com uma visita que não sai e ainda por cima vem de trombas porque sabe que não é bem vinda. Aguenta-se dois dias a fazer quase tudo sozinha, porque alguém tem que "fazer sala" e entreter a visita. Tenta-se não fritar da puta da cabeça porque alguém, do alto do seu egoísmo profundo, achou que só a sua vontade é que importava e uma família acabada de se formar não precisa de paz e sossego. Nadinha.

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