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O meu filho de 3 anos tem que entrar sozinho num colégio novo onde nunca antes pôs os pés. E eu tenho que o deixar, como se nada fosse, sem conhecer sequer a pessoa que vai ficar responsável por ele ou ter a hipótese de transmitir um recado.
O meu filho de 3 anos tem que fazer esse sacrifício, engolir o medo e ser valente, porque a pandemia assim o exige. Mas os 16 mil do avante não podem prescindir da sua festinha, Deus nos livre, cai o mundo. Ora então merdinha fresca para todos, sim?
... em que vais tirar a caixinha dos phones da mala enquanto falas com alguém, e em vez da dita caixa tiras a caixa dos tampões. E só reparas quando já está pousada em cima da mesa.
Por exemplo, neste momento vê a neve a cair, e pergunta-se onde raio estava com a cabeça para ter trazido VESTIDOS para esta semana...
Juro que esta foi a penúltima vez que me deixei ficar assim tão "alegre" (não queiram saber).
Isto de uma pessoa acordar e ter que perguntar se não fez figurinhas tristes na noite anterior, não é bonito.
Nem é bonito ter lapsos de memória e esquecer parte da noite.
Ou acordar em pânico porque o meu anel de noivado se tinha sumido (já o encontrei, está são e salvo)
E o cabrão do corpo já não perdoa, e eu não tenho idade para ressacas.
E já devia ter juízo.
E foi uma noite muito divertida, mas acho que está na altura de começar a comportar-me como uma adulta.*
Posto isto, deixo aqui a promessa de, daqui em diante, ser uma verdadeira lady.
*também não vamos aqui exagerar: não acabei a noite agarrada à sanita nem a fazer karaoke. Estava, contudo, muito alegre, dancei que me fartei, e não me lembro de algumas coisas (também acontece quando estou sóbria).
Comprei morangos maduros.
Parti-os e coloquei numa caixinha e enfiei na bolsa para levar para o escritório.
Durante o dia andei a mil, e nem me lembrei do raio dos morangos.
Estava calor, os sacanas derreteram.
Cheguei ao hotel e atirei a bolsa para cima da cama.
A cama tinha lençóis brancos - notem que uso o passado.
A bolsa abriu-se, a caixa abriu-se.
Parece que hove um massacre neste quarto.
Que, numa base diária, se lembra de me pedir coisas que não lembram ao diabo. E a quem não posso dizer que não, e quem pode não diz. Já há muito muito tempo que não me lembrava de ter acessos de raiva como agora tenho a cada 10 minutos. Achei que devia partilhar.
Eu tenho noção do clichê que é ser a filha que não gosta do padrasto. Mas se vocês soubessem... se soubessem só um bocadinho...
Pois está. É da altura do ano, chega-se a esta época e quase que se me dá uma ulcera nervosa quando me apercebo que é sempre a mesma puta da mesma merda, caralho que os foda a todos e a mim também que é para não ser lorpa. Pronto, é isso. Aqui hoje (e cheira-me que nos próximos dias) pratica-se o mau humor. E fala-se mal, que não resolve mas alivia.
Imaginem, pessoas, que de um lado têm um emprego numa empresa que vos dá estabilidade financeira, a possibilidade de um salário acima da média nacional, de correr o mundo, um contrato permanente, posições interessantes... mas que não cumpre promessas, não vos valoriza, não vos realiza como profissional e como pessoa e basicamente caga-vos na cabeça.
Do outro lado têm o desconhecido. Provavelmente (muito provavelmente) irão ganhar menos, não vão andar a laurear a pevide, talvez não seja um emprego tão estável, mas vão ter a satisfação de bater com a puta da porta e dizer IDE PRA GRANDE PUTA QUE VOS PARIU.
O que fazeis?
Não. O Estado ganha. Assim como ganhou uma pipa de massa no mês passado à custa do feriado, fins de semana, horas extra e bonus que eu "recebi". Eu? Eu vi menos de metade desses extras. Mas pronto, o que vale é que tenho um bom sistema de saúde, educação, estradas em condições, não é? Ai também não? Pois, então não sei. O que vale é que vem aí o mundial, haja futebol e está tudo bem.
Estava aqui a pensar se escrevia um texto enorme a discorrer sobre como amanhã tenciono abancar no Media Markt e partir aquela merda toda por causa de um cabrao de um crédito sem juros que lá fiz em parceria com aquela belíssima entidade bancária que é o Santander, e que me está a dar dores de cabeça há duas semanas - filhos de uma puta bêbada, se os apanho à frente vou-me a eles. Só o roaming que já gastei para resolver esta merda, nem vos digo nem vos conto. Acresce que, para além de serem incompetentes, desonestos e burros que nem calhaus, educação também não é uma cena que lhes assiste: ontem tive inclusivamente que perguntar ao filho da puta do gajo que me ligou se a mãezinha dele não lhe tinha ensinado que não se interrompe as pessoas quando estão a falar, e se me ia deixar terminar, caso contrário então eu ia à minha vidinha e ele falava para a parede.
Continuando, dizia eu que estava a considerar contar-vos a historinha toda, mas o facto é: who the fuck cares? Resumidamente, pessoas*, a sério, se estão a considerar meter-se numa merda destas, esqueçam lá isso. Conselho de amiga.
*se isto fosse um blogue fofo chamarvos-ia mulas ou assim, como não é, chamo-vos por aquilo que sois.
Um turbilhão, entre caixões, igrejas, capas negras. Flores e abraços apertados. Palavras inuteis mas sentidas, lágrimas por quem, não sendo um "dos meus", existia na minha vida e era o mundo para uma das "minhas pessoas".
Não houve feriados, não houve risos, não houve o habitual sono tranquilo. Foram substituidos por incredulidade, descrença, medo.
Que estupidez, a facilidade com que uma vida acaba. Que parvoíce que um gesto inocente e irreflectido tenha ceifado, de forma tão violenta, a vida de quem ainda tinha tanto para viver.
Que puta de vida.
Às vezes a vida é uma puta de uma injustiça. E nem sempre as coisas que "só acontecem aos outros" acontecem só aos outros.
Hoje este blog está de luto.