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Toda a vida tive medo de um parto natural e achei que a cesariana seria a saída fácil e segura. Até engravidar.
Não que tenha perdido o medo, longe disso. Mas toda a literatura e opiniões com que somos bombardeados descreve a cesariana como o demónio. És menos mulher, menos mãe, estás a colocar-te e à criança em risco desnecessário se optares por isso. Assim como acontece com o polémico tema da amamentação, ninguém se precave para aquelas situações em que não há alternativa, vai tudo a eito e se fazes isso não prestas.
Tudo bem.
Mentalizei-me que teria um parto natural, e mais importante: que era isso que queria. Li tudo o que havia para ler, planeei - tanto quanto se pode planear uma coisa tão imprevisível - em conjunto com a obstetra, definimos plano de parto, tudo a postos. Malas feitas, hospital escolhido, criança bem encaixada de cabeça para baixo, e... 3,5kg de peso estimado às 36 semanas, sem sinal de que o parto esteja eminente. "Estas coisas mudam do dia para a noite", diz a médica. Sei que sim. Sei que hoje ele pode não estar com vontade e amanhã pode decidir nascer. Mas e se não decidir? Ninguém no seu juízo perfeito provoca um parto antes das 38 semanas sem que haja um motivo clínico forte, e ser um bebé gordinho não o é. E a este ritmo, às 38 semanas já o monstrinho terá chegado aos 4 kg, sendo que nesse momento o parto natural deixa de ser uma opção.
E agora?
Agora tenho vontade de pegar em todos os livros de gravidez que li e fazer uma fogueirinha das boas. Agora tenho a cabeça cheia de lugares comuns e ideias preconcebidas sobre o fim do mundo que é fazer uma cesariana. Agora estou aqui morta de medo e sem saber para onde me virar. Pois então obrigadinha por nada, sim?