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Cenário: bebé com dias de vida, nós em casa há literalmente três dias. Eu inundada de hormonas e baby blues, ambos com forte privação de sono, exaustos, visitas non-stop num entra e sai frenético. Não tínhamos passado nenhum dia ainda sozinhos os três, uma loucura.

 

Pessoa liga e comunica que vem passar três dias cá a casa: domingo, segunda e terça. Por circunstâncias várias, o homem não tem coragem de dizer que não e avisa-me do sucedido. Se eu estava mal, pior fiquei. A perspectiva de ter o meu lar invadido por uma visita que não vai embora por três dias aterrorizou-me. Só queria paz e sossego, fechar todas as portas e janelas e fazer de conta que não está ninguém em casa. No dia seguinte, consulta de rotina, e eu com as tensões nos píncaros. Passa mais um dia, e a coisa repete-se. Análises de urgência, horas no hospital, para se constatar o que eu já sabia: tudo bem comigo excepto os níveis de stress absurdamente elevados.

 

O homem panica, ganha tomates e liga a dizer que não dá. Que não pode ser, que não estamos em condições de ter hóspedes, que eu preciso de paz. Situação chata para todos, um ambiente de merda, mas passa. Combinamos jantar na segunda cá em casa, para compensar.

 

Chega domingo, e pessoa vem visitar. Tudo muito bem, terminada a visita, vai o homem levá-la à porta e sai-se com esta: pronto, então amanhã venho jantar e fico cá a dormir para terça. Tunfas. Assim, enrabado a frio. E como se diz que não neste momento? Não se diz. Leva-se com um hóspede em casa. Aguenta-se dois dias com uma visita que não sai e ainda por cima vem de trombas porque sabe que não é bem vinda. Aguenta-se dois dias a fazer quase tudo sozinha, porque alguém tem que "fazer sala" e entreter a visita. Tenta-se não fritar da puta da cabeça porque alguém, do alto do seu egoísmo profundo, achou que só a sua vontade é que importava e uma família acabada de se formar não precisa de paz e sossego. Nadinha.

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4 comentários

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De Mia a 26.10.2017 às 20:04

É inspirar, expirar, e tentar não matar ninguém...

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